terça-feira, 22 de dezembro de 2009

APLICAUMSOMAÊ



Puta que pariu! Foi isso o que eu disse quando descobri essa galera. Staff Benda Bilili é um grupo de Kinshasa, Congo. Quatro caras que possuem deficiências causadas pela Poliomielite e seus pupilos, moradores de rua nos arredores do zoológico da cidade, fazem um som único, difícil de definir, com uma beleza e qualidade tocantes.

Espécie de rumba,reggae,funk muito mais, misturam algo que foge aos estereótipos quando se pensa em música africana de tambores e batuques. Estereótipo é algo que realmente não lhes cabe e dizem: "Somos todos deficientes, não é ?".

Após serem descobertos por uma equipe de filmagem que produzia um documentário no Congo em 2004, a Benda Bilili gravou esse albúm que lhes apresento. Quase todo gravado ao vivo, perto do zoológico, onde fazem suas jam sessions. Hoje em dia são fenômeno na Europa e curtem o merecido sucesso.

Benda Bilili, em lingala (língua Banta falada no Congo), quer dizer "olhe além das aparências".

Pode olhar!


Download Parte 1

Download Parte 2


Olha esse vídeo deles. Demais! Destaque para Roger Landu, um menino de 17 anos, que faz uns solinhos incríveis, com instrumento de uma só corda, feito pelo próprio.




Matheus

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

APLICA UM TEXTOAÊ!!!

JORGE BEN, "A TÁBUA DE ESMERALDA"
por Pedro Alexandre Sanches

Minha vida se divide em "antes de Jorge Ben" e "depois de Jorge Ben". Entre quando eu não sabia da existência de "A Tábua de Esmeralda", seu disco de 1974, e depois de conhecê-lo.

Como nas histórias de amor mais apimentadas, houve pitadas de ódio em meu caso com a música do Ben. Quando era criança, eu tinha raiva da TV Globo - amor e ódio, evidentemente. Mais especificamente, morria de raiva e de amor pelo "Globo de Ouro". Era um programa semanal de parada de sucessos, uma competição entre os medalhões da música nacional. O primeiro lugar invariavelmente ficava com Roberto Carlos, a farsa era tão evidente. Mais atrás aparecia de tudo, mas Tim Maia estava sempre lá, e Jorge Ben também aparecia com certa freqüência. Eu odiava os três. Muito. Três chatos de galocha.

Pura ironia. Na minha vida adulta, os três passariam a ocupar lugares centrais de referência nos meus amores musicais - agora já sem muita sombra de ódio. E o primeiro desses adventos foi Jorge Ben.

Era 1989, eu tinha 20, 21 anos e morava na minha cidade natal, Maringá, Paraná. Meu acesso à música sempre fora o vendido pela Globo, o que estava mudando de mansinho conforme eu ia abandonando devagar a adolescência. Não havia muitas opções nas lojas maringaenses a não ser aquelas da Som Livre, da Globo e de seus satélites. Começavam a aparecer uns sebos de discos, ainda bem precários, desorganizados.

Eu acho que estava apaixonado.

Não, não acho. Eu estava.

Um dia bati de frente, numa das longas e prazerosas viagens aos sebos, com um disco de Jorge Ben. Ainda não era "A Tábua", era uma coletânea feiosa, série "Personalidade", zero de personalidade. Eu odiava o Jorge Ben. Olhei a capa e, pronto, comprei. Por que não sei, talvez porque estava apaixonado, talvez porque chegara a hora de testar meus ódios, amores e temores. Mas comprei.

E aí choveu dentro da minha cabeça.

Sem saber (só depois de muito tempo comecei a compreender), eu descobri um monte de segredos nas primeiras audições das melhores músicas do Jorge Ben na fase 1969-1974 (a coletânea era tétrica, mas seu conteúdo era irreparável). Um desses segredos revelados foi o fato de que a música popular brasileira é eminentemente melancólica. Eu já tentava fugir da melancolia ouvindo e amando Rita Lee, para mim o mais adorável de todos os falsos alegres da MPB. Mas eu era um melancólico por excelência. Apenas fantasiava aquele banzo na tristeza implícita de Rita Lee, em vez de me afogar no desespero explícito de Elis Regina.

Com Jorge Ben, descobri pela primeira vez que a alegria existia, sem fantasias.

Nem era sem fantasias, de fato. "A Tábua de Esmeralda" fui garimpar em São Paulo, ainda maringaense, na primeira viagem exploratória aos sebos alucinantes, eróticos, que comecei a descobrir quando, por amor, comecei a testar a aventura de ir embora de Maringá. Ao descobrir a "Esmeralda" conheci, por exemplo, a fantasia de "O Homem da Gravata Florida". O homem da gravata florida deslizava pelo mundo com um jardim suspenso dependurado no pescoço, sua gravata era sensacional, cheia de detalhes. Uma combinação de cores de perfeição tropical. Era música, mas virava imagem, viagem sensorial. Eu via a gravata florida de Paracelso, o alquimista medieval que inspirou Jorge nessa canção - em 1974, Tim Maia havia virado fanático da seita Racional, Roberto Carlos havia se transmutado em fanático religioso de "Jesus Cristo", "A Montanha" e "O Homem" e Jorge Ben pairava sobre todos, convicto de que os alquimistas estão chegando, os alquimistas.

Mas as flores, elas todas se apaixonavam por aquele homem florido, encantador, homem feminino que não feria o seu lado masculino. O homem era simpático e feliz, com aquela gravata florida de Paracelso qualquer homem viraria príncipe.

A gravata era uma fantasia, evidentemente. Hoje suspeito que havia tristeza e melancolia por trás daquele homem, daquele Jorge. Mas é que melancolia havia em todo mundo, é o que sempre há. O que acontecia, nesse nosso caso, era que em Ben a alegria lutava uma briga de amor e ódio contra a tristeza. E a alegria ganhava, triunfalmente, distribuindo flores formosas e cheirosas ao perdedor. A alegria era possível, era viável, era um bom mote, uma excelente razão de ser.

Me apaixonei, pela segunda vez seguida e concomitante, dessa vez pela música de Jorge Ben. O cara que antes me parecia um chato se revelou de repente o mais genial que até hoje eu ouvi cantar e tocar violão e compor e propagar alegria.

Daí por diante havia todo um universo novo a descobrir, dezenas de discos daquele cara dando sopa nos sebos. "A Tábua de Esmeralda" foi o primeiro (sem contar coletâneas) e de longe o mais impressionante. Tinha tanta coisa nele.

"Os Alquimistas Estão Chegando os Alquimistas", surrealismo sideral sobre homens discretos e silenciosos que não querem qualquer relação com pessoas de temperamento sórdido, de temperamento sórdido, de temperamento sórdido. Era melodia para não acabar nunca mais, ritmo para não acabar nunca mais, amor quando gira o mundo e alguém chega ao fundo.

"O Namorado da Viúva", samba-soul dos mais sacudidos, transformava o amor profano da viúva pelo malandro na acomodação das sílabas ao tamanho perfeito da melodia: "Namo-mo-ra-rado da viúva", senão não cabia.

A alegria se comprimia e se condensava na melodia, com ele seríamos servis a nossos quadris, e que tudo o mais fosse para o inferno. "Menina Mulher da Pele Preta" fazia sério e célere manifesto anti-racista, numa época de tragédia para qualquer movimentação de minoria num Brasil que estava transtornado numa ferrada ditadura doente. "Eu Vou Torcer" era a mais desbragada declaração de amor à felicidade: "Eu vou torcer pela paz/ pela alegria, pelo amor/ pelas moças bonitas eu vou torcer, eu vou". Até "pelo meu amigo que sofre do coração" ele ia torcer, nossa, que flechada num coração sofrido. O coração adoentado devia ser do "Brother", o cara que Jorge reverenciava em black power, em inglês macarrônico colada na africanidade sambista de "Zumbi", nossa, nossa, nossa. Brasileiro, forasteiro, guerrilheiro, estrangeiro, gozador. Orra, meu.

"Cinco Minutos", por fim, era triste, para quem achasse que Jorge não sabia ser triste. Ben havia pedido à namorada que esperasse só mais cinco minutos, ela não o atendeu. Foi-se, e Jorge ainda a cantava, como chorando, num blues, num soul, num chorinho sambado, advocacia da música para extirpar a dor nas lágrimas que a voz vertia. A tristeza existia, sim, mas só como mero veículo de travessia para a estrada que ia dar na alegria (se a da felicidade passasse por labirintos e levasse a atalhos perigosos, arriscados, difíceis de encontrar).

Eu ouvia e chorava, chorava, chorava, chorava, chorava. De alegria, quase de felicidade. Aquele homem da gravata florida que cantava do outro lado do LP queria que eu fosse feliz, no mínimo alegre. E eu ia ser.

PARA BAIXAR O DISCO:

http://rapidshare.com/files/117924274/JorgeBenATabuadeEsmeralda-zl.zip?directstart=1

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Rock Natalino

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009



SERENATAL DA CASINHA



JINGLE BELL O CARALHO.


PRETO SERENATA BATE O SINO
NO PRÉ-NATAL ULTRA-SÔNICO
DA CASINHA.

18/12 * 21HS


Sábado tem também!


FESTA TROVÃO TREME TERRA!!!

O grupo de percussão Baque Trovão - antigo Trovão das Minas - celebra seus 10 anos de existência e convida a todos para uma tarde de muita música, alegria e encontros.

No próximo sábado, dia 19/12, a terra vai tremer a partir das 13h no galpão do Grupo Trampulim (Rua Professor Tavares Paes, 106, Bairro Jardim América).

Confira as atrações da festa no flyer em anexo!

Como chegar:

- de ônibus: linha 9202, descer no último ponto antes da Av. Barão Homem de Mello (depois da padaria). Descer a rua Prof. Tavares Paes à esquerda, até o número 106 (1 quarteirão)

-de carro: pegar a Av. Barão Homem de Mello subindo sentido Buritis e entrar na primeira à direita após a VansCar. O galpão estará à direita.

Entrada: 5,00
Informações: 8449-2329 / 9184-8981

Esperamos vocês!
BAQUE TROVÃO
www.myspace.com/baquetrovao

ps: sobrevivam da festa de sexta, por favor, que sábado tem mais!

SEXTA É DIA!!!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

FREE WORLD ?


(ação – Fred Zero Quatro, Folha, sexta, 18.09)


(…) a despeito de toda a questão do acesso democrático e da maior visibilidade que chegaram com a internet, um fato inegável é que a web tem desestruturado quase todas as cadeias que se envolvem com a digitalização, do jornalismo à música. Hoje é moda celebrar a web, dizendo que finalmente nos livramos dos malas da indústria fonográfica. Tudo bem, a indústria até tinha um aspecto predatório (…)

Se o mangue beat tivesse surgido num ambiente parecido com o que rola hoje, com gravadoras em crise, talvez o mangue beat tivesse se limitado a uma ou duas comunidades de Orkut, uma coisa de gueto.

[No início dos anos 90] A Sony foi a Recife, contratou o Chico Science e bancou o primeiro clipe da banda, que rodou direto na MTV. Finalmente a indústria olhava para nós. E teve um efeito multiplicador forte. As pessoas esquecem isso. Hoje há uma situação sem indústria, sem cadeia produtiva. Está se instalando uma religião da tecnologia, um fundamentalismo tecnológico.

Estamos todos aguardando que surja um novo modelo de negócio baseado na web 2.0. Mas ele não surge.



(reação – Álvaro Pereira Junior, Folhateen, segunda, 21.09)

Não se trata de concordar com ele ou discordar. Eu mesmo já escrevi coisa parecida: no universo musical, a web é uma maravilha só para o ouvinte. Música parece que vai dar cada vez menos dinheiro, atividade de nicho e amadora.

O que sobra da entrevista de Zero Quatro é a ironia: ele era dos caras que vieram chacoalhar o establishment, que traziam modernidade do lugar mais improvável: ‘Somos do mangue, mas temos computadores! Somos cyber! Lemos a Wired!’.


UPDATE: (réplica – Fred Zero Quatro, G1, domingo, 27.09)

No caso específico da música, por exemplo, eu não posso chegar numa feira livre e pegar quatro tomates e cinco pimentões e levar pra casa, porque eu vou ser acusado de ladrão – e olha que estou falando de coisas que brotam da terra. Primeiro porque estamos numa sociedade capitalista, e segundo porque ali houve trabalho, investimento. É muito doido saber que há uma consciência de sustentabilidade quando se trata da natureza, dos rios, das florestas, e que essa mesma geração não aplica esse conceito quando se trata de música, cinema, jornalismo, formação de debate. Acha que o pensamento, que a produção cultural tem de ser necessariamente compartilhada. O conceito de sustentabilidade devia ser preservado também quando se trata das cadeias econômicas, produtivas, profissionais da cultura.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

ENTRE - Espetáculo do Coletivo Acaso




"A casa remodela o homem. O homem rem

odela a casa."

Entre... acontece nas dependências de uma casa antiga do bairro Floresta.
É um espetáculo de improvisação em que atores e músicos são convidados a habitar o espaço
de formas diferentes a cada dia.
A peça, que tem como ponto de partida a temática da casa,
é atravessada também por temas como a intimidade, a espera, a memória e a partida.
Assim, na vivência desse espaço,
busca-se partilhar com o público a percepção sobre o lar enquanto residência e local de afeto,
onde é possível pensar na relação entre os seres humanos
dentro desse espaço construído, ao longo dos tempos,
como um lugar social.



FICHA TÉCNICA
CONCEPÇÃO: O grupo
DIREÇÃO: O grupo
ELENCO:
Atores Improvisadores: Assis Benevenuto Marcos Coletta Renata Corrêa
Interventoras: Júlia Branco Poliana Tuchia
Músicos improvisadores:
Bruno Oliveira: contrabaixo
Francisco César: saxofone
Yuri Vellasco: percussão
ILUMINAÇÃO: Milena Pitombo
DIREÇÃO DE ARTE: Luísa Horta e Sulamita Cruz
PRODUÇÃO: Arethuza Iemini e Luísa Horta
COLABORAÇÃO DOS ARTÍSTAS: Lucas Duppin e Mazzilli
APOIO: Espaço Cultural Casinha*

* a Casinha cedeu gentilmente seu espaço para os ensaios do grupo através da frequentadora/angoleira/colaboradora Renata Corrêa. Prestigie, compareça.

RESTA 1


Resta 1 é um expetáculo cênico musical de criação coletiva ao qual não se aplicam uma série de perguntas típicas de um jornalista medíocre. Vale a pena conferir.

Dias 11, 12 e 13 de dezembro
sexta e sábado 21h domingo 19h
teatro do oi futuro klauss vianna
afonso pena 4001

$15 inteira ($7,50 meia)

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Piquenique Diurno



A quinta edição do RoodBoos SoundSystem comemora um ano de existência do projeto, que acontece neste sábado, 05 de Dezembro, na Praça Milton Campos (Av. Afonso Pena com Av. do Contorno) apartir das 13h. Serão horas seguidas de muito Ska, Rocksteady, Reggae, Dancehall, Dub, entre ritmos influentes e influenciados.

O RoodBoss Soundsystem é um sistema de áudio instalado eventualmente no espaço público de BH. Inspirado nos antigos sound systems jamaicanos, leva para as ruas um pouco da rica cultura musical dessa famosa ilha caribenha. Trata-se de um evento de rua gratuito onde todos são bem vindos. A música em alta potência aproxima uma enorme quantidade e diversidade de pessoas que acabam contaminadas pelo balanço num clima de pura diversão e harmonia.

Sendo um projeto independente e sem fins lucrativos, o RoodBoss, faminto por incentivos, necessita de uma pequena ajuda dos presentes para se manter ativo. Nesse sentido, alguns modelos de buttons e adesivos são vendidos a R$2,00. Uma quantia simplória para garantir que um projeto legal prospere por muito tempo. Ajuda quem puder e quem quiser, mas o som é de todos! Qualquer outro tipo de ajuda também é sempre bem vinda!

Acompanhe o RoodBoss pelo Twitter: twitter.com/roodboss

No mais... aquele abrAÇO e espalhe a palavra

DJ Yuga

(Retirado de www.blacksonora.blogspot.com)

Piquenique Noturno


ED MOTTA E PRETO SERENATA
LANCHAM NO MUSIC HALL


Ed Motta chega à BH neste sábado, dia 5, para apresentar o show de lançamento do CD “Piquenique”. A abertura do evento vai ficar por conta da incrível banda, direto aqui de casa para a sala de estar da música, Preto Serenata!!!

Este é o 10º CD de Ed, que promete surpreender muita gente. As canções que compõem a obra foram escritas a quatro mãos e marcam a estréia da parceria entre Ed e Edna Lopes, com quem ele é casado há 18 anos. A única exceção é a faixa “Nefertiti”, uma parceria com Rita Lee.

Piquenique traz 12 faixas e, segundo João Marcello Bôscoli, “é uma safra tão popular, bem humorada e dançante quanto àquela da época do Manual Prático.

Além das novas canções, o público mineiro pode esperar alguns sucessos dos mais de vinte anos de carreira de Ed Motta.

Music Hall – Sábado - Dia 5 de dezembro

Festa Original do Brasil

Ed Motta

Abertura: Preto Serenata

Abertura da casa – 22 horas

FONTES: UAI * SITE OFICIAL *

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

CASINHA RECOMENDA...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

AQUELA SEXTA-FEIRA...