terça-feira, 22 de dezembro de 2009
APLICAUMSOMAÊ
Puta que pariu! Foi isso o que eu disse quando descobri essa galera. Staff Benda Bilili é um grupo de Kinshasa, Congo. Quatro caras que possuem deficiências causadas pela Poliomielite e seus pupilos, moradores de rua nos arredores do zoológico da cidade, fazem um som único, difícil de definir, com uma beleza e qualidade tocantes.
Espécie de rumba,reggae,funk muito mais, misturam algo que foge aos estereótipos quando se pensa em música africana de tambores e batuques. Estereótipo é algo que realmente não lhes cabe e dizem: "Somos todos deficientes, não é ?".
Após serem descobertos por uma equipe de filmagem que produzia um documentário no Congo em 2004, a Benda Bilili gravou esse albúm que lhes apresento. Quase todo gravado ao vivo, perto do zoológico, onde fazem suas jam sessions. Hoje em dia são fenômeno na Europa e curtem o merecido sucesso.
Benda Bilili, em lingala (língua Banta falada no Congo), quer dizer "olhe além das aparências".
Pode olhar!
Download Parte 1
Download Parte 2
Olha esse vídeo deles. Demais! Destaque para Roger Landu, um menino de 17 anos, que faz uns solinhos incríveis, com instrumento de uma só corda, feito pelo próprio.
Matheus
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Staff Benda Bilili
segunda-feira, 21 de dezembro de 2009
APLICA UM TEXTOAÊ!!!
JORGE BEN, "A TÁBUA DE ESMERALDA"
por Pedro Alexandre Sanches
Minha vida se divide em "antes de Jorge Ben" e "depois de Jorge Ben". Entre quando eu não sabia da existência de "A Tábua de Esmeralda", seu disco de 1974, e depois de conhecê-lo.
Como nas histórias de amor mais apimentadas, houve pitadas de ódio em meu caso com a música do Ben. Quando era criança, eu tinha raiva da TV Globo - amor e ódio, evidentemente. Mais especificamente, morria de raiva e de amor pelo "Globo de Ouro". Era um programa semanal de parada de sucessos, uma competição entre os medalhões da música nacional. O primeiro lugar invariavelmente ficava com Roberto Carlos, a farsa era tão evidente. Mais atrás aparecia de tudo, mas Tim Maia estava sempre lá, e Jorge Ben também aparecia com certa freqüência. Eu odiava os três. Muito. Três chatos de galocha.
Pura ironia. Na minha vida adulta, os três passariam a ocupar lugares centrais de referência nos meus amores musicais - agora já sem muita sombra de ódio. E o primeiro desses adventos foi Jorge Ben.
Era 1989, eu tinha 20, 21 anos e morava na minha cidade natal, Maringá, Paraná. Meu acesso à música sempre fora o vendido pela Globo, o que estava mudando de mansinho conforme eu ia abandonando devagar a adolescência. Não havia muitas opções nas lojas maringaenses a não ser aquelas da Som Livre, da Globo e de seus satélites. Começavam a aparecer uns sebos de discos, ainda bem precários, desorganizados.
Eu acho que estava apaixonado.
Não, não acho. Eu estava.
Um dia bati de frente, numa das longas e prazerosas viagens aos sebos, com um disco de Jorge Ben. Ainda não era "A Tábua", era uma coletânea feiosa, série "Personalidade", zero de personalidade. Eu odiava o Jorge Ben. Olhei a capa e, pronto, comprei. Por que não sei, talvez porque estava apaixonado, talvez porque chegara a hora de testar meus ódios, amores e temores. Mas comprei.
E aí choveu dentro da minha cabeça.
Sem saber (só depois de muito tempo comecei a compreender), eu descobri um monte de segredos nas primeiras audições das melhores músicas do Jorge Ben na fase 1969-1974 (a coletânea era tétrica, mas seu conteúdo era irreparável). Um desses segredos revelados foi o fato de que a música popular brasileira é eminentemente melancólica. Eu já tentava fugir da melancolia ouvindo e amando Rita Lee, para mim o mais adorável de todos os falsos alegres da MPB. Mas eu era um melancólico por excelência. Apenas fantasiava aquele banzo na tristeza implícita de Rita Lee, em vez de me afogar no desespero explícito de Elis Regina.
Com Jorge Ben, descobri pela primeira vez que a alegria existia, sem fantasias.
Nem era sem fantasias, de fato. "A Tábua de Esmeralda" fui garimpar em São Paulo, ainda maringaense, na primeira viagem exploratória aos sebos alucinantes, eróticos, que comecei a descobrir quando, por amor, comecei a testar a aventura de ir embora de Maringá. Ao descobrir a "Esmeralda" conheci, por exemplo, a fantasia de "O Homem da Gravata Florida". O homem da gravata florida deslizava pelo mundo com um jardim suspenso dependurado no pescoço, sua gravata era sensacional, cheia de detalhes. Uma combinação de cores de perfeição tropical. Era música, mas virava imagem, viagem sensorial. Eu via a gravata florida de Paracelso, o alquimista medieval que inspirou Jorge nessa canção - em 1974, Tim Maia havia virado fanático da seita Racional, Roberto Carlos havia se transmutado em fanático religioso de "Jesus Cristo", "A Montanha" e "O Homem" e Jorge Ben pairava sobre todos, convicto de que os alquimistas estão chegando, os alquimistas.
Mas as flores, elas todas se apaixonavam por aquele homem florido, encantador, homem feminino que não feria o seu lado masculino. O homem era simpático e feliz, com aquela gravata florida de Paracelso qualquer homem viraria príncipe.
A gravata era uma fantasia, evidentemente. Hoje suspeito que havia tristeza e melancolia por trás daquele homem, daquele Jorge. Mas é que melancolia havia em todo mundo, é o que sempre há. O que acontecia, nesse nosso caso, era que em Ben a alegria lutava uma briga de amor e ódio contra a tristeza. E a alegria ganhava, triunfalmente, distribuindo flores formosas e cheirosas ao perdedor. A alegria era possível, era viável, era um bom mote, uma excelente razão de ser.
Me apaixonei, pela segunda vez seguida e concomitante, dessa vez pela música de Jorge Ben. O cara que antes me parecia um chato se revelou de repente o mais genial que até hoje eu ouvi cantar e tocar violão e compor e propagar alegria.
Daí por diante havia todo um universo novo a descobrir, dezenas de discos daquele cara dando sopa nos sebos. "A Tábua de Esmeralda" foi o primeiro (sem contar coletâneas) e de longe o mais impressionante. Tinha tanta coisa nele.
"Os Alquimistas Estão Chegando os Alquimistas", surrealismo sideral sobre homens discretos e silenciosos que não querem qualquer relação com pessoas de temperamento sórdido, de temperamento sórdido, de temperamento sórdido. Era melodia para não acabar nunca mais, ritmo para não acabar nunca mais, amor quando gira o mundo e alguém chega ao fundo.
"O Namorado da Viúva", samba-soul dos mais sacudidos, transformava o amor profano da viúva pelo malandro na acomodação das sílabas ao tamanho perfeito da melodia: "Namo-mo-ra-rado da viúva", senão não cabia.
A alegria se comprimia e se condensava na melodia, com ele seríamos servis a nossos quadris, e que tudo o mais fosse para o inferno. "Menina Mulher da Pele Preta" fazia sério e célere manifesto anti-racista, numa época de tragédia para qualquer movimentação de minoria num Brasil que estava transtornado numa ferrada ditadura doente. "Eu Vou Torcer" era a mais desbragada declaração de amor à felicidade: "Eu vou torcer pela paz/ pela alegria, pelo amor/ pelas moças bonitas eu vou torcer, eu vou". Até "pelo meu amigo que sofre do coração" ele ia torcer, nossa, que flechada num coração sofrido. O coração adoentado devia ser do "Brother", o cara que Jorge reverenciava em black power, em inglês macarrônico colada na africanidade sambista de "Zumbi", nossa, nossa, nossa. Brasileiro, forasteiro, guerrilheiro, estrangeiro, gozador. Orra, meu.
"Cinco Minutos", por fim, era triste, para quem achasse que Jorge não sabia ser triste. Ben havia pedido à namorada que esperasse só mais cinco minutos, ela não o atendeu. Foi-se, e Jorge ainda a cantava, como chorando, num blues, num soul, num chorinho sambado, advocacia da música para extirpar a dor nas lágrimas que a voz vertia. A tristeza existia, sim, mas só como mero veículo de travessia para a estrada que ia dar na alegria (se a da felicidade passasse por labirintos e levasse a atalhos perigosos, arriscados, difíceis de encontrar).
Eu ouvia e chorava, chorava, chorava, chorava, chorava. De alegria, quase de felicidade. Aquele homem da gravata florida que cantava do outro lado do LP queria que eu fosse feliz, no mínimo alegre. E eu ia ser.
PARA BAIXAR O DISCO:
http://rapidshare.com/files/117924274/JorgeBenATabuadeEsmeralda-zl.zip?directstart=1
por Pedro Alexandre Sanches
Minha vida se divide em "antes de Jorge Ben" e "depois de Jorge Ben". Entre quando eu não sabia da existência de "A Tábua de Esmeralda", seu disco de 1974, e depois de conhecê-lo.
Como nas histórias de amor mais apimentadas, houve pitadas de ódio em meu caso com a música do Ben. Quando era criança, eu tinha raiva da TV Globo - amor e ódio, evidentemente. Mais especificamente, morria de raiva e de amor pelo "Globo de Ouro". Era um programa semanal de parada de sucessos, uma competição entre os medalhões da música nacional. O primeiro lugar invariavelmente ficava com Roberto Carlos, a farsa era tão evidente. Mais atrás aparecia de tudo, mas Tim Maia estava sempre lá, e Jorge Ben também aparecia com certa freqüência. Eu odiava os três. Muito. Três chatos de galocha.
Pura ironia. Na minha vida adulta, os três passariam a ocupar lugares centrais de referência nos meus amores musicais - agora já sem muita sombra de ódio. E o primeiro desses adventos foi Jorge Ben.
Era 1989, eu tinha 20, 21 anos e morava na minha cidade natal, Maringá, Paraná. Meu acesso à música sempre fora o vendido pela Globo, o que estava mudando de mansinho conforme eu ia abandonando devagar a adolescência. Não havia muitas opções nas lojas maringaenses a não ser aquelas da Som Livre, da Globo e de seus satélites. Começavam a aparecer uns sebos de discos, ainda bem precários, desorganizados.
Eu acho que estava apaixonado.
Não, não acho. Eu estava.
Um dia bati de frente, numa das longas e prazerosas viagens aos sebos, com um disco de Jorge Ben. Ainda não era "A Tábua", era uma coletânea feiosa, série "Personalidade", zero de personalidade. Eu odiava o Jorge Ben. Olhei a capa e, pronto, comprei. Por que não sei, talvez porque estava apaixonado, talvez porque chegara a hora de testar meus ódios, amores e temores. Mas comprei.
E aí choveu dentro da minha cabeça.
Sem saber (só depois de muito tempo comecei a compreender), eu descobri um monte de segredos nas primeiras audições das melhores músicas do Jorge Ben na fase 1969-1974 (a coletânea era tétrica, mas seu conteúdo era irreparável). Um desses segredos revelados foi o fato de que a música popular brasileira é eminentemente melancólica. Eu já tentava fugir da melancolia ouvindo e amando Rita Lee, para mim o mais adorável de todos os falsos alegres da MPB. Mas eu era um melancólico por excelência. Apenas fantasiava aquele banzo na tristeza implícita de Rita Lee, em vez de me afogar no desespero explícito de Elis Regina.
Com Jorge Ben, descobri pela primeira vez que a alegria existia, sem fantasias.
Nem era sem fantasias, de fato. "A Tábua de Esmeralda" fui garimpar em São Paulo, ainda maringaense, na primeira viagem exploratória aos sebos alucinantes, eróticos, que comecei a descobrir quando, por amor, comecei a testar a aventura de ir embora de Maringá. Ao descobrir a "Esmeralda" conheci, por exemplo, a fantasia de "O Homem da Gravata Florida". O homem da gravata florida deslizava pelo mundo com um jardim suspenso dependurado no pescoço, sua gravata era sensacional, cheia de detalhes. Uma combinação de cores de perfeição tropical. Era música, mas virava imagem, viagem sensorial. Eu via a gravata florida de Paracelso, o alquimista medieval que inspirou Jorge nessa canção - em 1974, Tim Maia havia virado fanático da seita Racional, Roberto Carlos havia se transmutado em fanático religioso de "Jesus Cristo", "A Montanha" e "O Homem" e Jorge Ben pairava sobre todos, convicto de que os alquimistas estão chegando, os alquimistas.
Mas as flores, elas todas se apaixonavam por aquele homem florido, encantador, homem feminino que não feria o seu lado masculino. O homem era simpático e feliz, com aquela gravata florida de Paracelso qualquer homem viraria príncipe.
A gravata era uma fantasia, evidentemente. Hoje suspeito que havia tristeza e melancolia por trás daquele homem, daquele Jorge. Mas é que melancolia havia em todo mundo, é o que sempre há. O que acontecia, nesse nosso caso, era que em Ben a alegria lutava uma briga de amor e ódio contra a tristeza. E a alegria ganhava, triunfalmente, distribuindo flores formosas e cheirosas ao perdedor. A alegria era possível, era viável, era um bom mote, uma excelente razão de ser.
Me apaixonei, pela segunda vez seguida e concomitante, dessa vez pela música de Jorge Ben. O cara que antes me parecia um chato se revelou de repente o mais genial que até hoje eu ouvi cantar e tocar violão e compor e propagar alegria.
Daí por diante havia todo um universo novo a descobrir, dezenas de discos daquele cara dando sopa nos sebos. "A Tábua de Esmeralda" foi o primeiro (sem contar coletâneas) e de longe o mais impressionante. Tinha tanta coisa nele.
"Os Alquimistas Estão Chegando os Alquimistas", surrealismo sideral sobre homens discretos e silenciosos que não querem qualquer relação com pessoas de temperamento sórdido, de temperamento sórdido, de temperamento sórdido. Era melodia para não acabar nunca mais, ritmo para não acabar nunca mais, amor quando gira o mundo e alguém chega ao fundo.
"O Namorado da Viúva", samba-soul dos mais sacudidos, transformava o amor profano da viúva pelo malandro na acomodação das sílabas ao tamanho perfeito da melodia: "Namo-mo-ra-rado da viúva", senão não cabia.
A alegria se comprimia e se condensava na melodia, com ele seríamos servis a nossos quadris, e que tudo o mais fosse para o inferno. "Menina Mulher da Pele Preta" fazia sério e célere manifesto anti-racista, numa época de tragédia para qualquer movimentação de minoria num Brasil que estava transtornado numa ferrada ditadura doente. "Eu Vou Torcer" era a mais desbragada declaração de amor à felicidade: "Eu vou torcer pela paz/ pela alegria, pelo amor/ pelas moças bonitas eu vou torcer, eu vou". Até "pelo meu amigo que sofre do coração" ele ia torcer, nossa, que flechada num coração sofrido. O coração adoentado devia ser do "Brother", o cara que Jorge reverenciava em black power, em inglês macarrônico colada na africanidade sambista de "Zumbi", nossa, nossa, nossa. Brasileiro, forasteiro, guerrilheiro, estrangeiro, gozador. Orra, meu.
"Cinco Minutos", por fim, era triste, para quem achasse que Jorge não sabia ser triste. Ben havia pedido à namorada que esperasse só mais cinco minutos, ela não o atendeu. Foi-se, e Jorge ainda a cantava, como chorando, num blues, num soul, num chorinho sambado, advocacia da música para extirpar a dor nas lágrimas que a voz vertia. A tristeza existia, sim, mas só como mero veículo de travessia para a estrada que ia dar na alegria (se a da felicidade passasse por labirintos e levasse a atalhos perigosos, arriscados, difíceis de encontrar).
Eu ouvia e chorava, chorava, chorava, chorava, chorava. De alegria, quase de felicidade. Aquele homem da gravata florida que cantava do outro lado do LP queria que eu fosse feliz, no mínimo alegre. E eu ia ser.
PARA BAIXAR O DISCO:
http://rapidshare.com/files/117924274/JorgeBenATabuadeEsmeralda-zl.zip?directstart=1
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Sábado tem também!
FESTA TROVÃO TREME TERRA!!!
O grupo de percussão Baque Trovão - antigo Trovão das Minas - celebra seus 10 anos de existência e convida a todos para uma tarde de muita música, alegria e encontros.
No próximo sábado, dia 19/12, a terra vai tremer a partir das 13h no galpão do Grupo Trampulim (Rua Professor Tavares Paes, 106, Bairro Jardim América).
Confira as atrações da festa no flyer em anexo!
Como chegar:
- de ônibus: linha 9202, descer no último ponto antes da Av. Barão Homem de Mello (depois da padaria). Descer a rua Prof. Tavares Paes à esquerda, até o número 106 (1 quarteirão)
-de carro: pegar a Av. Barão Homem de Mello subindo sentido Buritis e entrar na primeira à direita após a VansCar. O galpão estará à direita.
Entrada: 5,00
Informações: 8449-2329 / 9184-8981
Esperamos vocês!
BAQUE TROVÃO
www.myspace.com/baquetrovao
ps: sobrevivam da festa de sexta, por favor, que sábado tem mais!
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
FREE WORLD ?
(ação – Fred Zero Quatro, Folha, sexta, 18.09)
(…) a despeito de toda a questão do acesso democrático e da maior visibilidade que chegaram com a internet, um fato inegável é que a web tem desestruturado quase todas as cadeias que se envolvem com a digitalização, do jornalismo à música. Hoje é moda celebrar a web, dizendo que finalmente nos livramos dos malas da indústria fonográfica. Tudo bem, a indústria até tinha um aspecto predatório (…)
Se o mangue beat tivesse surgido num ambiente parecido com o que rola hoje, com gravadoras em crise, talvez o mangue beat tivesse se limitado a uma ou duas comunidades de Orkut, uma coisa de gueto.
[No início dos anos 90] A Sony foi a Recife, contratou o Chico Science e bancou o primeiro clipe da banda, que rodou direto na MTV. Finalmente a indústria olhava para nós. E teve um efeito multiplicador forte. As pessoas esquecem isso. Hoje há uma situação sem indústria, sem cadeia produtiva. Está se instalando uma religião da tecnologia, um fundamentalismo tecnológico.
Estamos todos aguardando que surja um novo modelo de negócio baseado na web 2.0. Mas ele não surge.
(reação – Álvaro Pereira Junior, Folhateen, segunda, 21.09)
Não se trata de concordar com ele ou discordar. Eu mesmo já escrevi coisa parecida: no universo musical, a web é uma maravilha só para o ouvinte. Música parece que vai dar cada vez menos dinheiro, atividade de nicho e amadora.
O que sobra da entrevista de Zero Quatro é a ironia: ele era dos caras que vieram chacoalhar o establishment, que traziam modernidade do lugar mais improvável: ‘Somos do mangue, mas temos computadores! Somos cyber! Lemos a Wired!’.
UPDATE: (réplica – Fred Zero Quatro, G1, domingo, 27.09)
No caso específico da música, por exemplo, eu não posso chegar numa feira livre e pegar quatro tomates e cinco pimentões e levar pra casa, porque eu vou ser acusado de ladrão – e olha que estou falando de coisas que brotam da terra. Primeiro porque estamos numa sociedade capitalista, e segundo porque ali houve trabalho, investimento. É muito doido saber que há uma consciência de sustentabilidade quando se trata da natureza, dos rios, das florestas, e que essa mesma geração não aplica esse conceito quando se trata de música, cinema, jornalismo, formação de debate. Acha que o pensamento, que a produção cultural tem de ser necessariamente compartilhada. O conceito de sustentabilidade devia ser preservado também quando se trata das cadeias econômicas, produtivas, profissionais da cultura.
Retirado de: http://papagoiaba.wordpress.com/
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
ENTRE - Espetáculo do Coletivo Acaso
"A casa remodela o homem. O homem rem
odela a casa."
Entre... acontece nas dependências de uma casa antiga do bairro Floresta.
É um espetáculo de improvisação em que atores e músicos são convidados a habitar o espaço
de formas diferentes a cada dia.
A peça, que tem como ponto de partida a temática da casa,
é atravessada também por temas como a intimidade, a espera, a memória e a partida.
Assim, na vivência desse espaço,
busca-se partilhar com o público a percepção sobre o lar enquanto residência e local de afeto,
onde é possível pensar na relação entre os seres humanos
dentro desse espaço construído, ao longo dos tempos,
como um lugar social.
FICHA TÉCNICA
CONCEPÇÃO: O grupo
DIREÇÃO: O grupo
ELENCO:
Atores Improvisadores: Assis Benevenuto Marcos Coletta Renata Corrêa
Interventoras: Júlia Branco Poliana Tuchia
Músicos improvisadores:
Bruno Oliveira: contrabaixo
Francisco César: saxofone
Yuri Vellasco: percussão
ILUMINAÇÃO: Milena Pitombo
DIREÇÃO DE ARTE: Luísa Horta e Sulamita Cruz
PRODUÇÃO: Arethuza Iemini e Luísa Horta
COLABORAÇÃO DOS ARTÍSTAS: Lucas Duppin e Mazzilli
APOIO: Espaço Cultural Casinha*
* a Casinha cedeu gentilmente seu espaço para os ensaios do grupo através da frequentadora/angoleira/colaboradora Renata Corrêa. Prestigie, compareça.
RESTA 1
Resta 1 é um expetáculo cênico musical de criação coletiva ao qual não se aplicam uma série de perguntas típicas de um jornalista medíocre. Vale a pena conferir.
Dias 11, 12 e 13 de dezembro
sexta e sábado 21h domingo 19h
teatro do oi futuro klauss vianna
afonso pena 4001
$15 inteira ($7,50 meia)
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
Piquenique Diurno
A quinta edição do RoodBoos SoundSystem comemora um ano de existência do projeto, que acontece neste sábado, 05 de Dezembro, na Praça Milton Campos (Av. Afonso Pena com Av. do Contorno) apartir das 13h. Serão horas seguidas de muito Ska, Rocksteady, Reggae, Dancehall, Dub, entre ritmos influentes e influenciados.
O RoodBoss Soundsystem é um sistema de áudio instalado eventualmente no espaço público de BH. Inspirado nos antigos sound systems jamaicanos, leva para as ruas um pouco da rica cultura musical dessa famosa ilha caribenha. Trata-se de um evento de rua gratuito onde todos são bem vindos. A música em alta potência aproxima uma enorme quantidade e diversidade de pessoas que acabam contaminadas pelo balanço num clima de pura diversão e harmonia.
Sendo um projeto independente e sem fins lucrativos, o RoodBoss, faminto por incentivos, necessita de uma pequena ajuda dos presentes para se manter ativo. Nesse sentido, alguns modelos de buttons e adesivos são vendidos a R$2,00. Uma quantia simplória para garantir que um projeto legal prospere por muito tempo. Ajuda quem puder e quem quiser, mas o som é de todos! Qualquer outro tipo de ajuda também é sempre bem vinda!
Acompanhe o RoodBoss pelo Twitter: twitter.com/roodboss
No mais... aquele abrAÇO e espalhe a palavra
DJ Yuga
(Retirado de www.blacksonora.blogspot.com)
Piquenique Noturno
ED MOTTA E PRETO SERENATA
LANCHAM NO MUSIC HALL
LANCHAM NO MUSIC HALL
Ed Motta chega à BH neste sábado, dia 5, para apresentar o show de lançamento do CD “Piquenique”. A abertura do evento vai ficar por conta da incrível banda, direto aqui de casa para a sala de estar da música, Preto Serenata!!!
Este é o 10º CD de Ed, que promete surpreender muita gente. As canções que compõem a obra foram escritas a quatro mãos e marcam a estréia da parceria entre Ed e Edna Lopes, com quem ele é casado há 18 anos. A única exceção é a faixa “Nefertiti”, uma parceria com Rita Lee.
Piquenique traz 12 faixas e, segundo João Marcello Bôscoli, “é uma safra tão popular, bem humorada e dançante quanto àquela da época do Manual Prático.
Além das novas canções, o público mineiro pode esperar alguns sucessos dos mais de vinte anos de carreira de Ed Motta.
Music Hall – Sábado - Dia 5 de dezembro
Festa Original do Brasil
Ed Motta
Abertura: Preto Serenata
Abertura da casa – 22 horas
FONTES: UAI * SITE OFICIAL *
Este é o 10º CD de Ed, que promete surpreender muita gente. As canções que compõem a obra foram escritas a quatro mãos e marcam a estréia da parceria entre Ed e Edna Lopes, com quem ele é casado há 18 anos. A única exceção é a faixa “Nefertiti”, uma parceria com Rita Lee.
Piquenique traz 12 faixas e, segundo João Marcello Bôscoli, “é uma safra tão popular, bem humorada e dançante quanto àquela da época do Manual Prático.
Além das novas canções, o público mineiro pode esperar alguns sucessos dos mais de vinte anos de carreira de Ed Motta.
Music Hall – Sábado - Dia 5 de dezembro
Festa Original do Brasil
Ed Motta
Abertura: Preto Serenata
Abertura da casa – 22 horas
FONTES: UAI * SITE OFICIAL *
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
2 em 1, APLICAUMSOMAÊ; APLICAUMCURTAÊ
Meio que de atrevido como só um caboclo pode ser faço o primeiro post no blog da casinha, sendo mais atrevido ainda ao invés de postar um som aê ainda tenho a audacia de colocar um curta. Curta esse que foi produzida por dois publicitários do rio comumente conhecidos por 300ml . A história nada mais é do que uma reprise da famosa cena de Samuel L Jackson e João Travolta sentados numa loja café, conversando sobre a vida alheia em pulp fiction. Sendo que no caso João é o Selton Melo um cinéfilo louco por Tarantino, que inclusive afirma ter desvendado os códigos do mesmo e Seu Jorge um bon vivant que toma sua cerveja e faz todo aquele ouvido amigo. O curta se Chama Tarantino's Mind tem Aprox 15 minutos e vale muito apena dar um olhada, principalmente se gostar do tenista Roger Federer.
A segunda aplicação nada mais é do que o som de uma figura chamads Jam da Silva.
O trabalho de Jam é uma mistura de artesanato com invenção. Parte de suas criações vêm da rua, literalmente: sempre com um HD e um lap top, grava sons dos lugares por onde anda e incorpora essa biblioteca sonora em suas músicas. Ruídos, ambientações urbanas, orações em mesquitas, carros, por onde ele passa recolhe sons. Às vezes cria música a partir de coisas que aparentemente, não têm nada a ver com ela, como conversas em ônibus ou imagens veiculadas pelas mais variadas mídias. Jam estuda texturas e o tempo inteiro busca novos timbres para pandeiros, cuícas, berimbau e até mesmo para sua bateria, que funciona em harmonia com os espaços percussivos. Por exemplo: usa pedais antigos, analógicos, para processar os sons. Ao ouvir o Jam pela primeira vez senti uma fluência deveras bacana entre todos esses ruídos gerando não uma balhureira dançante mas sim um chilli delicioso, que com ajuda das vozes de junio barreto, karina buhr e outras participações formam um disco com a marca registrada da nova música de qualidade de nosso BRASIL VARONIL.
Download Jam da Silva
Cainã.
A segunda aplicação nada mais é do que o som de uma figura chamads Jam da Silva.
O trabalho de Jam é uma mistura de artesanato com invenção. Parte de suas criações vêm da rua, literalmente: sempre com um HD e um lap top, grava sons dos lugares por onde anda e incorpora essa biblioteca sonora em suas músicas. Ruídos, ambientações urbanas, orações em mesquitas, carros, por onde ele passa recolhe sons. Às vezes cria música a partir de coisas que aparentemente, não têm nada a ver com ela, como conversas em ônibus ou imagens veiculadas pelas mais variadas mídias. Jam estuda texturas e o tempo inteiro busca novos timbres para pandeiros, cuícas, berimbau e até mesmo para sua bateria, que funciona em harmonia com os espaços percussivos. Por exemplo: usa pedais antigos, analógicos, para processar os sons. Ao ouvir o Jam pela primeira vez senti uma fluência deveras bacana entre todos esses ruídos gerando não uma balhureira dançante mas sim um chilli delicioso, que com ajuda das vozes de junio barreto, karina buhr e outras participações formam um disco com a marca registrada da nova música de qualidade de nosso BRASIL VARONIL.
Download Jam da Silva
Cainã.
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jam da silva,
tarantino's mind
GRAVELOVER´S II - "Amor e Roquenrol"
amigos da casinha,
nesse sábado vai rolar a segunda edição do Gravelover´s
Graveola + Dead Lover´s
saquem o último teaser:
vai ser na festa de encerramento do forumdoc.bh.2009
no Odeon Espaço Cultural
R. Tenente Brito Melo, 254 - Barro Preto
tá vendendo antecipado na Blackboots da Savassi e na Livraria Quixote da FAFICH
estão todos convidados!
abração
Luiz Gabriel.
nesse sábado vai rolar a segunda edição do Gravelover´s
Graveola + Dead Lover´s
saquem o último teaser:
vai ser na festa de encerramento do forumdoc.bh.2009
no Odeon Espaço Cultural
R. Tenente Brito Melo, 254 - Barro Preto
tá vendendo antecipado na Blackboots da Savassi e na Livraria Quixote da FAFICH
estão todos convidados!
abração
Luiz Gabriel.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
VALE
I Encontro Mineiro dos Atingidos pela Vale
No dia 28 de novembro será realizado em Belo Horizonte o I Encontro Mineiro dos Atingidos pela Vale. A proposta desta atividade é reunir e dar voz às comunidades afetadas pela Companhia Vale do Rio Doce em Minas Gerais.
A Vale iniciou suas atividades no Brasil e hoje é a responsável por um legado de destruição social e ambiental registrado em vários municípios de Minas Gerais. Os bens naturais disponíveis no estado e a exploração da mão-de-obra são as fontes da riqueza dessa empresa que está presente nos cinco continentes do mundo. Os resultados dessa ganância são os graves impactos identificados sobre o meio ambiente e a vida das pessoas.
Progresso econômico para os municípios, geração de emprego, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável fazem parte da campanha publicitária vinculada pela empresa para convencer comunidades e trabalhadores a aceitarem a mineração, mas o que a realidade comprova é a acentuação de conflitos sociais, econômicos e ambientais que modificam a qualidade de vida das pessoas.
As desapropriações forçadas, a terceirização com as perdas dos direitos trabalhistas, os constantes acidentes de trabalho, a contaminação e o rebaixamento do lençol freático e a perda da biodiversidade são exemplos de degradações ocasionadas pela mineração.
Apesar das demissões ocorridas entre 2008 a 2009 sob o argumento da crise econômica mundial, a empresa segue com os pedidos de licenciamento ambiental - mantendo altos investimentos - para abrir novas lavras em locais ainda preservados como é o caso da mineração pretendida na Serra da Gandarela, contribuinte do abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Desde a privatização ocorrida em 1997, trabalhadores e comunidades vêm sendo prejudicados pela ganância desta grande empresa capitalista. Os bens naturais do solo brasileiro devem ser patrimônio do povo e não dos acionistas da Vale! É preciso que o governo federal anule o leilão de privatização - que foi ilegal - e patrocine a reestatização da Vale.
Diante dos conflitos estabelecidos, o Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale, convida: populações, comunidades, trabalhadores, estudantes, professores, movimentos sociais, movimentos sindicais, organizações ambientalistas, pastorais, associações comunitárias, igrejas e todos os mineiros a somarem forças contra as degradações sociais, ambientais e econômicas cometidas em Minas Gerais
Participe do I Encontro Mineiro dos Atingidos pela Vale, pois o que vale é a vida!
Você sabia que a Vale:
- Atua em 12 Estados brasileiros e detêm direito de lavra de 23 milhões de hectares o que corresponde aos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte;
- Nos onze anos que se seguiram à privatização seu lucro líquido cresceu 29 vezes;
- Seu valor de mercado passou de US$8 bilhões para US$125 bilhões;
- Que sob o argumento da crise econômica mundial a empresa demitiu cerca de 4 mil trabalhadores diretos e 15 mil terceirizados;
- Que a Vale consome, sozinha, 5% de toda energia elétrica do Brasil;
- Que as famílias brasileiras pagam por 100kwh/ mês mais de R$50,00 e a Vale paga pelos mesmos 100Kwh/ mês cerca de R$3,30;
- Nos últimos 12 meses a empresa gastou R$178,8 milhões em propaganda para enganar comunidade e trabalhadores com o falso discurso de desenvolvimento sustentável;
- Trabalhadores e comunidades de várias partes do mundo são explorados por essa empresa;
- Os trabalhadores do Canadá da Vale Inco estão em greve há mais de cinco meses por melhores condições de trabalho e melhores salários;
- A Vale está em Moçambique desde 2004 e seu plano de minerar lugares atualmente habitados e agricultáveis vai obrigar um elevado número de famílias a abandonar suas terras e casas.
PROGRAMAÇÃO
08:30 às 09:00 Apresentação
09:00 às 09:20 O Trabalho na Mineração [UTF-8?]– Apresentação: Metabase Itabira
09:20 às 09:40 A mineração e as comunidades atingidas: bairro São Geraldo
09:40 às 10:00 A mineração e o abastecimento público de água: Capão Xavier e Gandarela
10:00 às 11:30 Debate
11:30 às 12:00 Fechamento/ Encaminhamentos
I Encontro Mineiro dos Atingidos pela Vale
Data: 28/11 [UTF-8?]– Sábado
Horário: 8hs às 12hs
Local: Sind-rede/BH
Av. Amazonas, 491 [UTF-8?]– sala 1009, Centro
Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale
Brigadas Populares, CONLUTAS, MAB, Assembléia Popular, Metabase Itabira, Metabase Congonhas, CPT, Articulação Popular São Francisco, Movimento pelas Serras e Águas de Minas, ENE-bio, MTD.
No dia 28 de novembro será realizado em Belo Horizonte o I Encontro Mineiro dos Atingidos pela Vale. A proposta desta atividade é reunir e dar voz às comunidades afetadas pela Companhia Vale do Rio Doce em Minas Gerais.
A Vale iniciou suas atividades no Brasil e hoje é a responsável por um legado de destruição social e ambiental registrado em vários municípios de Minas Gerais. Os bens naturais disponíveis no estado e a exploração da mão-de-obra são as fontes da riqueza dessa empresa que está presente nos cinco continentes do mundo. Os resultados dessa ganância são os graves impactos identificados sobre o meio ambiente e a vida das pessoas.
Progresso econômico para os municípios, geração de emprego, responsabilidade social e desenvolvimento sustentável fazem parte da campanha publicitária vinculada pela empresa para convencer comunidades e trabalhadores a aceitarem a mineração, mas o que a realidade comprova é a acentuação de conflitos sociais, econômicos e ambientais que modificam a qualidade de vida das pessoas.
As desapropriações forçadas, a terceirização com as perdas dos direitos trabalhistas, os constantes acidentes de trabalho, a contaminação e o rebaixamento do lençol freático e a perda da biodiversidade são exemplos de degradações ocasionadas pela mineração.
Apesar das demissões ocorridas entre 2008 a 2009 sob o argumento da crise econômica mundial, a empresa segue com os pedidos de licenciamento ambiental - mantendo altos investimentos - para abrir novas lavras em locais ainda preservados como é o caso da mineração pretendida na Serra da Gandarela, contribuinte do abastecimento de água da Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Desde a privatização ocorrida em 1997, trabalhadores e comunidades vêm sendo prejudicados pela ganância desta grande empresa capitalista. Os bens naturais do solo brasileiro devem ser patrimônio do povo e não dos acionistas da Vale! É preciso que o governo federal anule o leilão de privatização - que foi ilegal - e patrocine a reestatização da Vale.
Diante dos conflitos estabelecidos, o Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale, convida: populações, comunidades, trabalhadores, estudantes, professores, movimentos sociais, movimentos sindicais, organizações ambientalistas, pastorais, associações comunitárias, igrejas e todos os mineiros a somarem forças contra as degradações sociais, ambientais e econômicas cometidas em Minas Gerais
Participe do I Encontro Mineiro dos Atingidos pela Vale, pois o que vale é a vida!
Você sabia que a Vale:
- Atua em 12 Estados brasileiros e detêm direito de lavra de 23 milhões de hectares o que corresponde aos estados de Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Rio Grande do Norte;
- Nos onze anos que se seguiram à privatização seu lucro líquido cresceu 29 vezes;
- Seu valor de mercado passou de US$8 bilhões para US$125 bilhões;
- Que sob o argumento da crise econômica mundial a empresa demitiu cerca de 4 mil trabalhadores diretos e 15 mil terceirizados;
- Que a Vale consome, sozinha, 5% de toda energia elétrica do Brasil;
- Que as famílias brasileiras pagam por 100kwh/ mês mais de R$50,00 e a Vale paga pelos mesmos 100Kwh/ mês cerca de R$3,30;
- Nos últimos 12 meses a empresa gastou R$178,8 milhões em propaganda para enganar comunidade e trabalhadores com o falso discurso de desenvolvimento sustentável;
- Trabalhadores e comunidades de várias partes do mundo são explorados por essa empresa;
- Os trabalhadores do Canadá da Vale Inco estão em greve há mais de cinco meses por melhores condições de trabalho e melhores salários;
- A Vale está em Moçambique desde 2004 e seu plano de minerar lugares atualmente habitados e agricultáveis vai obrigar um elevado número de famílias a abandonar suas terras e casas.
PROGRAMAÇÃO
08:30 às 09:00 Apresentação
09:00 às 09:20 O Trabalho na Mineração [UTF-8?]– Apresentação: Metabase Itabira
09:20 às 09:40 A mineração e as comunidades atingidas: bairro São Geraldo
09:40 às 10:00 A mineração e o abastecimento público de água: Capão Xavier e Gandarela
10:00 às 11:30 Debate
11:30 às 12:00 Fechamento/ Encaminhamentos
I Encontro Mineiro dos Atingidos pela Vale
Data: 28/11 [UTF-8?]– Sábado
Horário: 8hs às 12hs
Local: Sind-rede/BH
Av. Amazonas, 491 [UTF-8?]– sala 1009, Centro
Comitê Mineiro dos Atingidos pela Vale
Brigadas Populares, CONLUTAS, MAB, Assembléia Popular, Metabase Itabira, Metabase Congonhas, CPT, Articulação Popular São Francisco, Movimento pelas Serras e Águas de Minas, ENE-bio, MTD.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
RAMO
Convido e recomendo.
Show do quinteto Ramo com participação do guitarrista João Antunes.
Música instrumental de encher os olhos e revirar os órgãos internos.
Hoje, terça-feira dia 24/11, às 20h no Museu Inimá de Paula.
Ingressos a R$ 8,00 / 4,00 (meia).
Leve dinheiro pra comprar o CD, que está lindo por dentro e por fora.
O Ramo é:
Antonio Loureiro - Bateria
Daniel Pantoja - Flautas
Felipe José - Violoncello, Flauta e Violão
Frederico Heliodoro - Contrabaixo
Rafael Martini - Piano
Ouça! www.myspace.com/gruporamo
Naroca.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
EM CARTAZ ESTA NOITE!
O documentário “Mestre Walter Ferreira de França” reúne depoimentos e relatos marcantes de um dos maiores mestres da história do Maracatu. Mestre Walter comanda, com mãos de ferro, o Maracatu Nação Estrela Brilhante, do Recife, que foi fundado em 1906 e hoje é referência obrigatória na cultura popular pernambucana.
As entrevistas mostram um pouco da história, da visão de mundo e da personalidade de um mestre conhecido por sua exigência e sua rigorosa disciplina, mas também por sua relação paternal com seus discípulos.
O diretor Celso Soares(Corisco) não teve nenhum tipo de patrocínio, nem contou com qualquer apoio para a produção do filme, por isso, o documentário, gravado apenas com uma câmera High EIGHT 8mm, não tem grandes recursos audiovisuais.
A idéia é apenas registrar depoimentos e memórias do atual guardião de um dos grandes legados da história de Pernambuco, responsável por um espetáculo de rara beleza, que todo ano, encanta milhares de pessoas no Carnaval de Recife.
Local:Café com Letras
Dia:23/11
Hórario:20h
Participação:Baque Trovão e DJ Yuga
domingo, 22 de novembro de 2009
plantão queijo elétrico - festival brócolis
é como dizem:
"viva a psicodelia, viva o brasil".
luiz gabriel
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
VIVA ZUMBI!!
E para a comemoração desta data maravilhosa, o Quilombo Urbano preparou um dia super especial!
Neste sábado, dia 21 de novembro, de 9 da manhã as 7 da noite, acontecerá o II Festival de Cultura, Cidadania e Consciência Negra na Praça do Túnel da Lagoinha no bairro Floresta. A folia contará com apresentações variadas incluindo parceiros e convidados pra lá de especiais. Confira a programação e traga seu sorriso para celebrar esse sábado conosco.
Inté meu povo!
Bella
TRANSGLOBI
Transglobi é um projeto experimental envolvendo música, vídeo e otras cositas más. Tudo feito pelo nosso eterno veredinha Othon Sabóia. Viaja aí:
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Novo site do Eu Sou Angoleiro no ar
Para quem não sabe a Casinha é uma das frentes de trabalho do Eu Sou Angoleiro, grupo de capoeira angola coordenado pelo Mestre João. Desde julho deste ano dois camaradas da casinha vinham trabalhando numa demanda antiga do grupo, a reformulação do seu sítio na internet. Na última terça-feira (17/11) finalmente o filho nasceu. O lançamento aconteceu junto a outros dois produtos culturais da ACESA (Associação Cultural Eu Sou Angoleiro): a revista "Angoleiro é o que eu sou", e o documentário "Paz no Mundo Camará".
Quem tiver interesse pode conferir o conteúdo totalmente reformulado do sítio. São textos sobre capoeira-angola e dança afro, fotos, informações sobre treinos, rodas, calendário de eventos e muito mais, hehe. Passe por lá e dê uma moral para os camaradas Tales e Bené, os soldados dessa guerra de bits, pixels e códigos.
WWW.EUSOUANGOLEIRO.ORG.BR
terça-feira, 17 de novembro de 2009
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Sai o Delegado, Os Bandido fazem a festa!
Está procurando uma balada deliciosa pra esta sexta, pra dançar até se esquecer de todos os problemas que ganhou essa semana, pra ver gente bonita, elegante e sincera e ficar um pouco menos desesperado em saber que nem só de sertanejo, rap americano e funk carioca vive o Brasil? Despirocar e não lembrar amanhã como chegou em casa? Rir a toa? Dar piruetas que nem você sabia que era capaz? Descobrir que lá no fundo você sabe falar alemão? Levantar, sacodir a poeira e dar a volta por cima??
Achou!!!
Vamos lá quebrar tudooooo!!
Os Bandido. Sexta-Feira 13 na CAsinha.
Texto: Naroca
Ps: Para ver o video melhor, é só clicar duas vezes nele e ver noyoutube.
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
domingo, 8 de novembro de 2009
FORUMDOC 2009
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Cineclube Casinha - Pastinha! Uma Vida Pela Capoeira
08/11/2009 - "Pastinha! Uma Vida Pela Capoeira", de Antônio Carlos Muricy
Um ilustre documentário, rara oportunidade para capoeiristas, jogadores de capoeira e demais interessados em aprenderem os fundamentos e a história por trás da Capoeira Angola, da boca de ninguém menos que seu grande antepassado, o lendário Mestre Pastinha, considerado o "Guardião da Capoeira Angola". O filme possui 62 minutos de imagens históricas e áudio do Mestre Pastinha recitando seus famosos aforismos ao lado de entrevistas com Jorge Amado, Mestre Neco, Mestre João Grande, Mestre João Pequeno, Mestre Curió, e com antropólogos brasileiros, com alunos de Mestre Bimba, e personalidades artísticas de Salvador. Documento valioso para a história da Capoeira de Angola, o filme traz ilustrações do próprio Mestre Pastinha e cenas realizadas em rodas nas escolas de Mestre Neco no Rio de Janeiro, de Mestre João Grande em Nova Iorque e dos Mestres João Pequeno e Curió em Salvador.
"Pastinha! Uma Vida Pela Capoeira" (Brasil, 1998) 62min. Direção: Antônio Carlos Muricy. Com: Mestre Pastinha, Mestre Braga, Mestre João Grande, Mestre João Pequeno, Mestre Zé Carlos, Mestre Curió, Mestre Neco e Pierre Verger.
Total: 1h02min
Na Casinha, rua Juiz de Fora, 114.
Domingo, às 18h.
Trailer do filme:
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quarta-feira, 4 de novembro de 2009
TV Queijo #9
Entrevista com Danislau Também, do Porcas Borboletas.
Primeireza Fadarobocoptubarão.
Cafa Sorridente com algumas figurinhas carimbadas da CAsinha.
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terça-feira, 3 de novembro de 2009
Have FAN !
De hoje (dia 3) até 8 de novembro, acontece em BH a 5ª edição do FAN, Festival de Arte Negra. Tendo como eixo de acontecimentos e atrações, esse ano, a região da Pampulha, o evento conta com uma programação extensa. Sessões de cinema, exposições, espetáculos de dança, teatro e música. Além de um espaço literário e da já tradicional feira de artesanato.
Saca aqui a programação e se joga negô!
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terça-feira, 27 de outubro de 2009
APLICAUMSOMAÊ
Di Melo -Di Melo (1975)
Hoje faço minha estréia nessa tão prestativa coluna criada por nosso amigo Benedito. E não vou deixar barato. Já vou começar mandando logo uma peróla da nossa música, desconhecida da grande maioria do público tupiniquim.
Trata-se do Di Melo. Ham?? Nunca ouviu falar né!!?? Pois então, esse cara é um dos percursores do Funk, Soul brazuca. Pernambucano, lançou em 1975 esse discasso, com arranjos do bruxo Hermeto Pascoal, e depois desapareceu. Mistério! Não lançou mais nenhum disco.
O que nos resta é apreciar sua obra-prima e única.
Pode baixar, vai na fé que eu agarantio, não te arrenpederás.
Que beleza, que beleza, que beleza!
E lanço desde já a campanha Di Melo na Casinha em 2010!
DOWNLOAD
Matheus
Ps: Quem se garante como próximo aplicante??
Hoje faço minha estréia nessa tão prestativa coluna criada por nosso amigo Benedito. E não vou deixar barato. Já vou começar mandando logo uma peróla da nossa música, desconhecida da grande maioria do público tupiniquim.
Trata-se do Di Melo. Ham?? Nunca ouviu falar né!!?? Pois então, esse cara é um dos percursores do Funk, Soul brazuca. Pernambucano, lançou em 1975 esse discasso, com arranjos do bruxo Hermeto Pascoal, e depois desapareceu. Mistério! Não lançou mais nenhum disco.
O que nos resta é apreciar sua obra-prima e única.
Pode baixar, vai na fé que eu agarantio, não te arrenpederás.
Que beleza, que beleza, que beleza!
E lanço desde já a campanha Di Melo na Casinha em 2010!
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Matheus
Ps: Quem se garante como próximo aplicante??
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Morro Abaixo!
Vídeo meio tosquinho, que fiz uns 4 anos atrás, com camêra fotográfica. Eu e amigos andando de Longboard em alguns picos de Bh. Sempre quis mostrar pra galera. É chegada a hora.
Afinal, a CAsinha também é dos atletas!
Matheus
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Velho novo vídeo do Dead Lovers
esse vídeo/animação fiz no ano passado com os compadres Lorin e Rafa como teste pra um concurso que não fomos selecionados. foi divertido fazer. divirtam-se
benedito
* dead lovers twisted hearts - huckleberry finn
domingo, 25 de outubro de 2009
Bem-vindas as novas idéias
O paradigma de desenvolvimento, tal como o concebemos, não só é inapropriado, como se torna a cada dia mais perigoso. A acumulação permanente de bens materiais não tem futuro. Se essa lógica continuar dominante a humanidade caminha para o suicídio coletivo.
Um enunciado como esse seria considerado de um esquerdismo infantil e um absurdo até há pouco tempo. Mas as múltiplas crises que atingem todo o planeta desnudam um processo ecônomico e político perverso: a apropriação privada da riqueza social por uma minoria se acelera, concentra ainda mais poder e riqueza, é predatória com o meio ambiente e deixa as grandes maiorias longe dos benefícios do desenvolvimento.
A doutrina neoliberal, que se apresentava como representação e norma da sociedade e da política, está desmoralizada. Aliás, é esse o papel da ideologia: reafirmar aquilo que é sempre idêntico, ignorar os processos históricos, ignorar que o social e o político estão sempre sendo recriados pelas práticas da cidadania. Mas os enormes custos sociais da crise atual, pagos pelo cidadão comum, a tornaram incapaz de produzir uma identidade naciona, uma imagem unificada de sociedade, e processar os conflitos de interesses por suas intituições políticas de uma maneira aceitável para todos os seus membros.
Esta percepção faz com que surjam novas aobordagens analíticas e novas práticas de resistência a partir da posição de que "não é aceitável que um grupo reduzido da população desfrute de uma vida fácil enquanto o resto, a maioria, tem de trabalhar para sustentar os privilégios deste segmento privilegiado e opressor"
A busca por novos paradigmas de produção e consumo, por um novo tipo de vida em sociedade, requer a reapropriação da política pela cidadania, assim como a construção de novos espaços públicos para o debate sobre as alternativas para o desenvolvimento, debate bloqueado até agora pela visão economicista vigente, que exalta o crescimento e ignora seus efeitos na sociedade.
De repente, como se fossem uma novidade, proposições e iniciativas que estavam ocultas pelo manto da ideologia neoliberal irrompem no cenário público, ganham visibilidade e surpreendem por suas visões de desenvolvimento.
É o caso do conceito de Felicidade Interna Bruta, adotado já nos anos 1970 no longínquo reino do Butão, um pequeno país de 700 mil habitantes encravado na cordilheira do Himalaia, entre a China e a Índia.
O princípio básico para garantir a felicidade é que a economia esteja a serviço do bem-estar da população. O objetivo é construir uma sociedade solidária e colaborativa, trabalhando para assegurar os direitos humanos no sentido amplo do termo.
Os quatro pilares de uma sociedade feliz envolvem economia, cultura, meio ambiente e boa governança. Eles se dividem em nove domínios: bem-estar psicológico, ecologia, saúde, educação, cultura, padrão de vida, uso do tempo, vitalidade comunitária e boa governança. Cada um destes domínios tem indicadores de avaliação e um peso específico na composição do índice da FIB.
Desde o seu início, esta iniciativa contou com o interesse do Pnud - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Ela se propõe medir o desenvolvimento sob outros critérios e, para isso, criou um conjunto de indicadores sistêmicos.
Outro caso que alimenta o debate sobre o ceonceito de desenvolvimento é o de Bem Viver, uma categoria central da filosofia de vida das sociedades indígenas da região andina, especialmente Bolívia, onde está incorporada à nova Consituição. Nessa formulação não contam tanto as riquezas, isto é, as coisas que pessoas produzem, mas o que estas coisas produzidas fazem pela vida das pessoas.
Para a concepção do Bem Viver, o desenvolvimento é um processo de mudanças qualitativas, não contam apenas os bens materiais, mas outros elementos como o conhecimento, o reconhecimento social e cultural, os códigos éticos e espirituais de conduta, a relação com a Natureza, os valores humanos, a visão de futuro, etc.
O Bem Viver deve assegurar que a economia se paute por uma convivência solidária, sem miséria, sem discriminações, garantindo um mínimo de coisas necessárias para todos. Ele expressa a afirmação de direitos e garantias sociais, econômicas e ambientais. Todas as pessoas têm igualmente o direito a uma vida digna, que assegure a saúde, a alimentação e nutrição, água potável, moradia, saneamento ambiental, educação, trabalho, emprego, descanso e ócio, cultura física, vestuário, seguridade social, etc.
Para conquistar o Bem Viver serão necessários processos de distribuição da riqueza e da renda; será necessário recuperar o público, o universal, o gratuito, a diversidade, como elementos de uma sociedade que busca sistematicamente a liberdade, a igualdade, a equidade, a solidariedade.
A construção dessa nova sociedade só será possível com a participação das pessoas e das coletividades em suas diversas formas organizativas, em todas as fases e espaços de gestão pública e de planejamento, sejam eles nacionais ou locais.
Há muitos outros novos elementos para o debate sobre as alternativas para o desenvolvimento. O que importa destacar é que o debata está aberto e são bem-vindas novas idéias.
Um enunciado como esse seria considerado de um esquerdismo infantil e um absurdo até há pouco tempo. Mas as múltiplas crises que atingem todo o planeta desnudam um processo ecônomico e político perverso: a apropriação privada da riqueza social por uma minoria se acelera, concentra ainda mais poder e riqueza, é predatória com o meio ambiente e deixa as grandes maiorias longe dos benefícios do desenvolvimento.
A doutrina neoliberal, que se apresentava como representação e norma da sociedade e da política, está desmoralizada. Aliás, é esse o papel da ideologia: reafirmar aquilo que é sempre idêntico, ignorar os processos históricos, ignorar que o social e o político estão sempre sendo recriados pelas práticas da cidadania. Mas os enormes custos sociais da crise atual, pagos pelo cidadão comum, a tornaram incapaz de produzir uma identidade naciona, uma imagem unificada de sociedade, e processar os conflitos de interesses por suas intituições políticas de uma maneira aceitável para todos os seus membros.
Esta percepção faz com que surjam novas aobordagens analíticas e novas práticas de resistência a partir da posição de que "não é aceitável que um grupo reduzido da população desfrute de uma vida fácil enquanto o resto, a maioria, tem de trabalhar para sustentar os privilégios deste segmento privilegiado e opressor"
A busca por novos paradigmas de produção e consumo, por um novo tipo de vida em sociedade, requer a reapropriação da política pela cidadania, assim como a construção de novos espaços públicos para o debate sobre as alternativas para o desenvolvimento, debate bloqueado até agora pela visão economicista vigente, que exalta o crescimento e ignora seus efeitos na sociedade.
De repente, como se fossem uma novidade, proposições e iniciativas que estavam ocultas pelo manto da ideologia neoliberal irrompem no cenário público, ganham visibilidade e surpreendem por suas visões de desenvolvimento.
É o caso do conceito de Felicidade Interna Bruta, adotado já nos anos 1970 no longínquo reino do Butão, um pequeno país de 700 mil habitantes encravado na cordilheira do Himalaia, entre a China e a Índia.
O princípio básico para garantir a felicidade é que a economia esteja a serviço do bem-estar da população. O objetivo é construir uma sociedade solidária e colaborativa, trabalhando para assegurar os direitos humanos no sentido amplo do termo.
Os quatro pilares de uma sociedade feliz envolvem economia, cultura, meio ambiente e boa governança. Eles se dividem em nove domínios: bem-estar psicológico, ecologia, saúde, educação, cultura, padrão de vida, uso do tempo, vitalidade comunitária e boa governança. Cada um destes domínios tem indicadores de avaliação e um peso específico na composição do índice da FIB.
Desde o seu início, esta iniciativa contou com o interesse do Pnud - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Ela se propõe medir o desenvolvimento sob outros critérios e, para isso, criou um conjunto de indicadores sistêmicos.
Outro caso que alimenta o debate sobre o ceonceito de desenvolvimento é o de Bem Viver, uma categoria central da filosofia de vida das sociedades indígenas da região andina, especialmente Bolívia, onde está incorporada à nova Consituição. Nessa formulação não contam tanto as riquezas, isto é, as coisas que pessoas produzem, mas o que estas coisas produzidas fazem pela vida das pessoas.
Para a concepção do Bem Viver, o desenvolvimento é um processo de mudanças qualitativas, não contam apenas os bens materiais, mas outros elementos como o conhecimento, o reconhecimento social e cultural, os códigos éticos e espirituais de conduta, a relação com a Natureza, os valores humanos, a visão de futuro, etc.
O Bem Viver deve assegurar que a economia se paute por uma convivência solidária, sem miséria, sem discriminações, garantindo um mínimo de coisas necessárias para todos. Ele expressa a afirmação de direitos e garantias sociais, econômicas e ambientais. Todas as pessoas têm igualmente o direito a uma vida digna, que assegure a saúde, a alimentação e nutrição, água potável, moradia, saneamento ambiental, educação, trabalho, emprego, descanso e ócio, cultura física, vestuário, seguridade social, etc.
Para conquistar o Bem Viver serão necessários processos de distribuição da riqueza e da renda; será necessário recuperar o público, o universal, o gratuito, a diversidade, como elementos de uma sociedade que busca sistematicamente a liberdade, a igualdade, a equidade, a solidariedade.
A construção dessa nova sociedade só será possível com a participação das pessoas e das coletividades em suas diversas formas organizativas, em todas as fases e espaços de gestão pública e de planejamento, sejam eles nacionais ou locais.
Há muitos outros novos elementos para o debate sobre as alternativas para o desenvolvimento. O que importa destacar é que o debata está aberto e são bem-vindas novas idéias.
por Silvio Caccia Bava,
publicado na edição impressa do Le Monde Diplomatique Brasil, Outubro de 2009
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
FORROBODÓ
Hoje (Sexta 23/10) tem forró na CAsinha! A partir das 22:30!
Entrada: R$ 5,00 (até meia-noite)
Entrada: R$ 5,00 (até meia-noite)
Venha tirar fogo do chão!
PS: Imagem meramente ilustrativa.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
É HORA DE PLANTAR!
Dando continuidade ao projeto que já rola desde 2007, o movimento de ocupação urbana, batizado como Quilombo Urbano BH, promove mais um encontro maravilhosamente musical. Além das atividades já costumeiras dos dias de domingo como a capina e plantio, oficina de malabares, capoeira e roda de samba, o mutirão contará com a participação super especial do Baque Trovão!
Portanto minha gente, aprocheguem-se!
Tragam versos, sementes, cores e risos!
Simbora que estará bonito!
O que: Mutirão de Domingo com Baque Trovão.
Onde: Entre as ruas Ubá e Sabará (atrás da rua Araxá) - bairro Floresta
Quando: Domingo, dia 18 de outubro a partit das 14h.
Contato: 9712-2657 (BELLA)
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Cineclube na Casinha - Fabricando Tom Zé (2006)
18/10/2009 - "Fabricando Tom Zé", de Décio Matos Júnior
Documentário que retrata vida e obra de um dos mais controversos tropicalistas, cujo fio condutor é sua turnê pela Europa em 2005. Misturando diferentes formatos (vídeo, película e animação), o filme mostra uma detalhada visão do universo musical de Tom Zé, para quem um baixo e um esmeril têm a mesma importância melódica. Em entrevistas intimistas, o artista narra diversas fases de sua vida e conta como começou a carreira na década de 1960, o ostracismo nos anos 70 e seu ressurgimento no início dos anos 90. A produção conta ainda com entrevistas de Gilberto Gil, Caetano Veloso e David Byrne (que o reinventou no mercado internacional), entre outros. A direção de fotografia é de Lula Carvalho, filho do reconhecido Walter Carvalho.
Fabricando Tom Zé (Brasil, 2006). 90min. Direção Décio Matos Júnior. Com David Byrne, Gilberto Gil, Neusa Marthins, Caetano Veloso e Tom Zé
Total: 1h30min
Na Casinha, rua Juiz de Fora, 114.
Domingo às 18h em ponto.
Trailer do Filme:
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quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Lixo Cidadão
– Já pôs o lixo pra fora hoje?
– Não.
Se a sua relação com o lixo acaba aí, cuidado. A consciência sobre a questão do lixo pode te tomar pelos ouvidos.
Pois é. Para conscientizar a população sobre o lixo a ASMARE promove todo ano o Festival Lixo e Cidadania. A curadoria é de primeira e traz além de pérolas (negras ou não) novos nomes da cena musical nacional. Uma coleta seletiva musical rolou ao longo do ano e reciclou nomes locais como Djambê, Graveola e o Lixo Polifônico e Patuá para tocar no festival ao lado de Luiz Melodia, Los Sebosos Postizos (proj. paralelo da nação zumbi tocando jorge bem). 3namassa, Velha Guarda da Portela entre outrosss.
A programação completa você confere no site:
www.festivallixoecidadania.com.br
Os ingressos custam 20 reais a inteira e 10 a meia e estão à venda no Reciclo 2 que fica na Rua da Bahia, 2164, lourdes.
Quem curte música boa vai ficar que nem pinto no lixo.
Se a sua relação com o lixo acaba aí, cuidado. A consciência sobre a questão do lixo pode te tomar pelos ouvidos.
Pois é. Para conscientizar a população sobre o lixo a ASMARE promove todo ano o Festival Lixo e Cidadania. A curadoria é de primeira e traz além de pérolas (negras ou não) novos nomes da cena musical nacional. Uma coleta seletiva musical rolou ao longo do ano e reciclou nomes locais como Djambê, Graveola e o Lixo Polifônico e Patuá para tocar no festival ao lado de Luiz Melodia, Los Sebosos Postizos (proj. paralelo da nação zumbi tocando jorge bem). 3namassa, Velha Guarda da Portela entre outrosss.
A programação completa você confere no site:
www.festivallixoecidadania.com.br
Os ingressos custam 20 reais a inteira e 10 a meia e estão à venda no Reciclo 2 que fica na Rua da Bahia, 2164, lourdes.
Quem curte música boa vai ficar que nem pinto no lixo.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
APLICAUMSOMAê!
Mister Funk!
Pode ser que seja um dos poucos, dentre os que vão ver esse post, que "descobriu" outro dia (um desses) o som dessa fera! Penso isso, porque me impressionei com a originalidade, espontaneidade e descontração desse disco. "Como é que eu nunca tinha ouvido isso antes?" Pensei.
Para tanto, vale relembrar pra quem já conhece, e devidamente aplicar os pobres ignorantes no som de Miguel de Deus. Baiano de Ilhéus, foi morar no Rio de janeiro no fim da década de 60, onde integrou as bandas "Os brazões" (influências africanas, psicodelias rock'n roll, e música brasileira), e posteriormente, "Assim Assado" (inspirada nos Secos e Molhados).
Mas foi em 77 que o jovem lançou sua obra prima, o álbum "Black Soul Brother". Impressionante a irreverência, e o pique desse disco. Impossível ficar parado.
Tente fazer uma coisa que odeia enquanto ouve, te desafio a se sentir mal. Vai descobrir que lavar pratos ou banheiros pode ser divertidíssimo e passar muito rápido, o disco não é muito longo. Altamente recomendado para a próxima limpeza!
Mais informações sobre o artista, e download do disco, no:
http://oficinademacacos.blogspot.com/2008/07/miguel-de-deus.html
Não domino o recurso do "clique aqui", se alguma alma caridosa se dispor, faça a bondade.
Ok Marquito! Pra fazer o download basta clicar aqui
Abraços! Curtam!
Marquito
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
combo: tv queijo #7 e #8
Galera,
pra alegrar o feriado, segue um Combo Tv Queijo pra vcs.
Na sétima edição, uma entrevista com o John do Pato Fu, o primeireza com o Ram e o Cafa Sorridente dando a real sobre unilateralidade e meios de comunicação: raciocina Brasil!
E no número oito, a cobertura do Festival Outro Rock (com direito a aparição-repórter-relâmpago deste que vos fala), e novas peripécias do Cafa Sorridente.
viva a vanguarda webtelevisiva, viva o brasil!
enjoy it!
luiz gabriel
pra alegrar o feriado, segue um Combo Tv Queijo pra vcs.
Na sétima edição, uma entrevista com o John do Pato Fu, o primeireza com o Ram e o Cafa Sorridente dando a real sobre unilateralidade e meios de comunicação: raciocina Brasil!
E no número oito, a cobertura do Festival Outro Rock (com direito a aparição-repórter-relâmpago deste que vos fala), e novas peripécias do Cafa Sorridente.
viva a vanguarda webtelevisiva, viva o brasil!
enjoy it!
luiz gabriel
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
COLETIVO CASINHA - onde a poesia rompe o estatuto da tribo
O professor Roberto da Matta, em palestra recente, chamou a atenção para o que nomeou de ‘o poder de coerção do grupo sobre o indivíduo’. Falou disso como se descrevesse um mecanismo capaz de operar forças que nos submetem a todos, inexoravelmente.
Claro, isso pode ser visto como mero conceito, distante, impessoal; dessas coisas que a gente em geral só admite nos livros. É tipo “ah, isso é verdade, deve ocorrer, mas na vida dos outros...”
No entanto, na dúvida , vale observar como tais forças operam na sociedade contemporânea e, a partir de uma visão macro, tentar ler como nos atingem, individualmente.
O que é mais evidente na atualidade vem do mundo da moda. Dado dia os caras das empresas olham pra seus estoques, se reúnem e definem que no próximo verão todo mundo deve usar bege ou roxo. Chamam os estilistas, encomendam os modelos e bombam na mídia. De repente sua mãe tá de modelito roxo, sua irmã não sobrevive sem aquele tubinho roxo, a empregada se esfola pra pagar o último roxinho que sobrou na loja.
Mais engraçado é que a gente olha aquele tanto de gente de roxo e acha lindo. ‘Putz, como as mulheres ficam bem com esse padrão roxo que lançaram agora! Olha, que gata...’
Isso significa, no mínimo, que nosso conceito estético é algo absolutamente precário, volúvel, adaptável à ocasião. Se não, não existiriam as ondas da hora: todo mundo de chapinha; todo mundo com luz e franja; todo mundo com calças de cintura alta, ou baixa, boca de sino ou apertada... Todo mundo com peitão de silicone! ... Do estranhamento inicial ao deslumbre, todos, sob esse tal poder de coerção do grupo, mudamos num átimo.
Na música não é muito diferente. Num dado tempo todo mundo tem que pôr violoncelo nos arranjos... É lindo. Todo mundo tem que fazer um acústico, é demais. Todo mundo canta, enfim, essa última que fulano arrasou.
Numa sociedade de massas como a nossa, não nos assustamos mais ao vermos gente de todas as classes sociais do planeta imitando os passos de Michael Jackson dançando triller, todas as crianças de todos os bairros fazendo a mesma coreografia, todos os turistas seguindo o hit de macarena nos quatro cantos do mundo como se por isso dessem expressão a dado código de felicidade e descontração.
Muito antes desses fenômenos de uma sociedade dominada pela mídia, os efeitos do grupo sobre os indivíduos eram, também, muito evidentes, haja vista os estilos de época: agora, todo mundo faz poesia com métrica; agora, é o culto à donzela lânguida e inverossímil; agora, o mal do século, a dor de cotovelo, os poetas da penumbra e da tuberculose... Agora, verso livre.
Essa leitura rapidíssima e imprecisa nos serve, no mínimo, para vermos como o mercado se apropria desses fenômenos sociais e humanos, operando seus interesses. E como é ‘O Mercado’, faz pior, porque agrega a essa lógica da coerção do grupo as forças que habitam o mais íntimo de cada um, especialmente no que temos de pavor da morte, da perda, da castração.
A sacanagem do mercado é, primeiro, nos inundar com o mandamento de que apenas seremos lindos se usarmos o vestido da modelo loira deslumbrante, todo mundo igual, de roxo; segundo, que se não formos correndo à loja o tal modelo vai faltar, e o único desgraçado do mundo que vai ficar de fora é você. “Você corre o risco de ficar sem...” – esse o mantra a hipnotizar o incauto consumidor e obrigá-lo a pôr o dedo no fuso.
Nas corporações, esses fenômenos de grupo chegam a ser caricaturais. Os militares têm um estilo, se vestem de dado jeito, falam de uma maneira peculiar, cortam o cabelo assim. Os executivos, idem – ternos, balada, grana e pó; sedução, BMW, rolex. Há pessoas com olfato tão apurado que de longe detectam: aquele é polícia, esse advogado, a madame é funcionária pública, o cara é pagodeiro.
A cidade, a partir desse mecanismo da coerção do grupo sobre o indivíduo, acaba por se dividir em territórios tribais. Tem o pessoal de preto, de coturnos, capa, metal, numa euforia sem causa e sem conseqüências. Tem o pessoal das academias, bombados, exuberantes em seus corpos esculpidos e olhar vazio a procurar um espelho onde comparar bíceps e tríceps, quando não algum inimigo para esmagar. Tem os hippies, remanescentes de um nostálgico tempo de paz e amor e tão acossados por um comércio decadente e uma ética precária. Tem os do regae, com seus dredes-bandeiras, como a significar uma Jamaica imaginária, de uma devoção evangélica, meio que dominada por algum Edir Macedo. Tem, também, os que aceitaram Jesus, desarvoradamente, ao ponto de reduzir o vocabulário ao louvor maníaco, maniqueísta, manipulador e tão capaz de esvaziá-los numa catequese corrupta e mercantil. Tem os tatoos, com corpos-emblemas, como a fazer alguma história com marcas em si mesmos, no simulacro de um mundo-corpo, império do gozo, não raro a remeter ao bizarro.
Em meio a tudo isso, Eu, Você, cada Um. Todos, com a certeza de serem únicos, livres, detentores de uma identidade - “Pode crer, meurmão, tô na minha, eu sou mais eu...”
O homem oscila assim entre o si e o outro, ora fundindo-se, ora se fudendo. Na imersão grupal busca o conforto do pertencimento tribal, gregário, comunal. Na inquietude da procura de si, afasta-se do grupo e mergulha na dor do se parir no mundo, essencialmente marcando sua diferença.
É tão dramática e difícil essa construção que talvez só mesmo no exercício da reminiscência ela se viabilize, assim como o faz o Riobaldo, do Grande Sertão. Já distante das diabruras do bicho homem em grupo, consegue desenterrar o que foi, ele próprio. Talvez, por isso, a velhice tenha sido tão cara a alguns povos... lugar de sabedoria; tempo do ensimesmar.
Com certeza é tão essencial esse encontro identificatório com o grupo quanto a constituição de um território próprio. No entanto, e é isso o que os antropólogos e sociólogos acusam quando nos lembram o poder de coerção do grupo, - é que nesses movimentos em direção ao coletivo corre-se o risco de não se construir uma dicção própria. Isso se dá exatamente porque dado estatuto de grupo asfixia o sujeito e o oprime, inviabilizando sua procura de si.
O grande desafio, parece, é esse encontro que ao mesmo tempo permita a realização do grupo, o coletivo, comunal, mas cujas regras não sejam opressivas o suficiente para obscurecer o sujeito e seu desejo; o grupo cuja coerção signifique ao mesmo tempo esse processo identificatório dos iguais – da roupa, dos gostos, da dicção -, mas instigue à busca da diferença, da individualidade, e se possível do autoral.
Daí, mais uma vez a Casinha – enquanto espaço de grupo e de diferença, de coletivo e de individual, de igual na desigualdade. Uma poética do olhar para a multiplicidade e de dúvidas sobre a opressão. O lugar da não-asfixia e onde é imprescindível a suspeita: se estivermos muito iguais é porque algo deu errado, virou seita.
Nessa toada, cito Saramago em fragmento de O Conto da Ilha Desconhecida:
Claro, isso pode ser visto como mero conceito, distante, impessoal; dessas coisas que a gente em geral só admite nos livros. É tipo “ah, isso é verdade, deve ocorrer, mas na vida dos outros...”
No entanto, na dúvida , vale observar como tais forças operam na sociedade contemporânea e, a partir de uma visão macro, tentar ler como nos atingem, individualmente.
O que é mais evidente na atualidade vem do mundo da moda. Dado dia os caras das empresas olham pra seus estoques, se reúnem e definem que no próximo verão todo mundo deve usar bege ou roxo. Chamam os estilistas, encomendam os modelos e bombam na mídia. De repente sua mãe tá de modelito roxo, sua irmã não sobrevive sem aquele tubinho roxo, a empregada se esfola pra pagar o último roxinho que sobrou na loja.
Mais engraçado é que a gente olha aquele tanto de gente de roxo e acha lindo. ‘Putz, como as mulheres ficam bem com esse padrão roxo que lançaram agora! Olha, que gata...’
Isso significa, no mínimo, que nosso conceito estético é algo absolutamente precário, volúvel, adaptável à ocasião. Se não, não existiriam as ondas da hora: todo mundo de chapinha; todo mundo com luz e franja; todo mundo com calças de cintura alta, ou baixa, boca de sino ou apertada... Todo mundo com peitão de silicone! ... Do estranhamento inicial ao deslumbre, todos, sob esse tal poder de coerção do grupo, mudamos num átimo.
Na música não é muito diferente. Num dado tempo todo mundo tem que pôr violoncelo nos arranjos... É lindo. Todo mundo tem que fazer um acústico, é demais. Todo mundo canta, enfim, essa última que fulano arrasou.
Numa sociedade de massas como a nossa, não nos assustamos mais ao vermos gente de todas as classes sociais do planeta imitando os passos de Michael Jackson dançando triller, todas as crianças de todos os bairros fazendo a mesma coreografia, todos os turistas seguindo o hit de macarena nos quatro cantos do mundo como se por isso dessem expressão a dado código de felicidade e descontração.
Muito antes desses fenômenos de uma sociedade dominada pela mídia, os efeitos do grupo sobre os indivíduos eram, também, muito evidentes, haja vista os estilos de época: agora, todo mundo faz poesia com métrica; agora, é o culto à donzela lânguida e inverossímil; agora, o mal do século, a dor de cotovelo, os poetas da penumbra e da tuberculose... Agora, verso livre.
Essa leitura rapidíssima e imprecisa nos serve, no mínimo, para vermos como o mercado se apropria desses fenômenos sociais e humanos, operando seus interesses. E como é ‘O Mercado’, faz pior, porque agrega a essa lógica da coerção do grupo as forças que habitam o mais íntimo de cada um, especialmente no que temos de pavor da morte, da perda, da castração.
A sacanagem do mercado é, primeiro, nos inundar com o mandamento de que apenas seremos lindos se usarmos o vestido da modelo loira deslumbrante, todo mundo igual, de roxo; segundo, que se não formos correndo à loja o tal modelo vai faltar, e o único desgraçado do mundo que vai ficar de fora é você. “Você corre o risco de ficar sem...” – esse o mantra a hipnotizar o incauto consumidor e obrigá-lo a pôr o dedo no fuso.
Nas corporações, esses fenômenos de grupo chegam a ser caricaturais. Os militares têm um estilo, se vestem de dado jeito, falam de uma maneira peculiar, cortam o cabelo assim. Os executivos, idem – ternos, balada, grana e pó; sedução, BMW, rolex. Há pessoas com olfato tão apurado que de longe detectam: aquele é polícia, esse advogado, a madame é funcionária pública, o cara é pagodeiro.
A cidade, a partir desse mecanismo da coerção do grupo sobre o indivíduo, acaba por se dividir em territórios tribais. Tem o pessoal de preto, de coturnos, capa, metal, numa euforia sem causa e sem conseqüências. Tem o pessoal das academias, bombados, exuberantes em seus corpos esculpidos e olhar vazio a procurar um espelho onde comparar bíceps e tríceps, quando não algum inimigo para esmagar. Tem os hippies, remanescentes de um nostálgico tempo de paz e amor e tão acossados por um comércio decadente e uma ética precária. Tem os do regae, com seus dredes-bandeiras, como a significar uma Jamaica imaginária, de uma devoção evangélica, meio que dominada por algum Edir Macedo. Tem, também, os que aceitaram Jesus, desarvoradamente, ao ponto de reduzir o vocabulário ao louvor maníaco, maniqueísta, manipulador e tão capaz de esvaziá-los numa catequese corrupta e mercantil. Tem os tatoos, com corpos-emblemas, como a fazer alguma história com marcas em si mesmos, no simulacro de um mundo-corpo, império do gozo, não raro a remeter ao bizarro.
Em meio a tudo isso, Eu, Você, cada Um. Todos, com a certeza de serem únicos, livres, detentores de uma identidade - “Pode crer, meurmão, tô na minha, eu sou mais eu...”
O homem oscila assim entre o si e o outro, ora fundindo-se, ora se fudendo. Na imersão grupal busca o conforto do pertencimento tribal, gregário, comunal. Na inquietude da procura de si, afasta-se do grupo e mergulha na dor do se parir no mundo, essencialmente marcando sua diferença.
É tão dramática e difícil essa construção que talvez só mesmo no exercício da reminiscência ela se viabilize, assim como o faz o Riobaldo, do Grande Sertão. Já distante das diabruras do bicho homem em grupo, consegue desenterrar o que foi, ele próprio. Talvez, por isso, a velhice tenha sido tão cara a alguns povos... lugar de sabedoria; tempo do ensimesmar.
Com certeza é tão essencial esse encontro identificatório com o grupo quanto a constituição de um território próprio. No entanto, e é isso o que os antropólogos e sociólogos acusam quando nos lembram o poder de coerção do grupo, - é que nesses movimentos em direção ao coletivo corre-se o risco de não se construir uma dicção própria. Isso se dá exatamente porque dado estatuto de grupo asfixia o sujeito e o oprime, inviabilizando sua procura de si.
O grande desafio, parece, é esse encontro que ao mesmo tempo permita a realização do grupo, o coletivo, comunal, mas cujas regras não sejam opressivas o suficiente para obscurecer o sujeito e seu desejo; o grupo cuja coerção signifique ao mesmo tempo esse processo identificatório dos iguais – da roupa, dos gostos, da dicção -, mas instigue à busca da diferença, da individualidade, e se possível do autoral.
Daí, mais uma vez a Casinha – enquanto espaço de grupo e de diferença, de coletivo e de individual, de igual na desigualdade. Uma poética do olhar para a multiplicidade e de dúvidas sobre a opressão. O lugar da não-asfixia e onde é imprescindível a suspeita: se estivermos muito iguais é porque algo deu errado, virou seita.
Nessa toada, cito Saramago em fragmento de O Conto da Ilha Desconhecida:
“... quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu, quando nela estiver, Não o sabes, Se não sais de ti, não chega a saber quem és (...) O filósofo dizia que todo homem é uma ilha (...), que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos sairmos de nós...”
A Casinha, então, como o logus onde a tribo seja apenas um encontro de sujeitos.
Xuvito
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Cineclube Casinha - As Estátuas Também Morrem (1953)
.
Sob a forma de um ensaio sobre a "arte negra", Resnais e Marker produzem uma crítica do sistema colonial francês e do colonialismo ocidental em geral. Banido por cerca de dez anos na França e disponível apenas em uma versão mais curta do que a original, o filme entrelaça imagens da arte africana exposta em museus europeus, imagens de arquivo feitas na África, uma narração em off informativa, irônica, reflexiva e crítica, imagens de arquivo de artistas e esportistas negros na diáspora e de confrontos raciais violentos, entre outras. A construção de uma compreensão dos objetos da "arte negra" nos diversos contextos sociais, culturais e históricos pelos quais circulam - das sociedades nas quais foram produzidos com sentidos muitas vezes religiosos às sociedades nas quais se tornam produtos para consumo - leva a uma interrogação mais geral das relações entre o Ocidente e a África, assim como entre brancos e negros, na África e na diáspora africana, resultando num contundente comentário sobre o racismo, que reverbera ainda hoje com intensidade.
As estátuas também morrem (Les statues meurent aussi)
Gênero: documentário; filme-ensaio
Diretor: Alain Resnais e Chris Marker
Duração: 30 minutos
Ano de Lançamento: 1953
País de Origem: França
Idioma do Áudio: francês
Legendas: portugês
* o Cineclube Casinha tem periodicidade quinzenal e acontece sempre aos domingos às 18h
Neste domingo o Cineclube Casinha orgulhosamente apresenta:
As estátuas também morrem,
um curta metragem assinado por Alain Resnais e Chris Marker.
As estátuas também morrem,
um curta metragem assinado por Alain Resnais e Chris Marker.
Sob a forma de um ensaio sobre a "arte negra", Resnais e Marker produzem uma crítica do sistema colonial francês e do colonialismo ocidental em geral. Banido por cerca de dez anos na França e disponível apenas em uma versão mais curta do que a original, o filme entrelaça imagens da arte africana exposta em museus europeus, imagens de arquivo feitas na África, uma narração em off informativa, irônica, reflexiva e crítica, imagens de arquivo de artistas e esportistas negros na diáspora e de confrontos raciais violentos, entre outras. A construção de uma compreensão dos objetos da "arte negra" nos diversos contextos sociais, culturais e históricos pelos quais circulam - das sociedades nas quais foram produzidos com sentidos muitas vezes religiosos às sociedades nas quais se tornam produtos para consumo - leva a uma interrogação mais geral das relações entre o Ocidente e a África, assim como entre brancos e negros, na África e na diáspora africana, resultando num contundente comentário sobre o racismo, que reverbera ainda hoje com intensidade.
Neste domingo, 4 de outubro, às 18h na Casinha
(Rua Juiz de Fora, 114, Barro Preto)
(Rua Juiz de Fora, 114, Barro Preto)
As estátuas também morrem (Les statues meurent aussi)
Gênero: documentário; filme-ensaio
Diretor: Alain Resnais e Chris Marker
Duração: 30 minutos
Ano de Lançamento: 1953
País de Origem: França
Idioma do Áudio: francês
Legendas: portugês
* o Cineclube Casinha tem periodicidade quinzenal e acontece sempre aos domingos às 18h
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"cinema" "cineclube" "filmes"
MUNDO PACUMÃ
Festival BH Indie Music
Apresenta
MUNDO PACUMÃ (afro-beat,dub)
Onde?Rua Catete, 603 - Alto Barroca,Studio Nafta
Quando? Sexta 02/10
Que horas vai rolar? (21:00hs)
Quanto custa? (R$10,00)
www.myspace.com/mundopacuma
www.bhindiemusic.blogspot.com
Apresenta
MUNDO PACUMÃ (afro-beat,dub)
Onde?Rua Catete, 603 - Alto Barroca,Studio Nafta
Quando? Sexta 02/10
Que horas vai rolar? (21:00hs)
Quanto custa? (R$10,00)
www.myspace.com/mundopacuma
www.bhindiemusic.blogspot.com
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Receita para dor de cotovelo
************************************************************************************
Marquinhos é um cara daqueles que se pode dizer, com todas as letras: gente finíssima.
Colega de prisão remunerada (vulgo emprego), me mandou este email, alegrou meu dia e o assunto foi rapidamente elevado ao status de utilidade pública.
Sendo assim, resolvi compartilhar com vocês.
Forget your troubles, and dance...
Muita música pra todos nós!
Naroca.
************************************************************************************
Meninas e meninos,
Essa lista de rádios já rolou por ai algumas vezes e acho que pode ser aproveitada, afinal estamos todos órfãos da radio do LastFm, e mesmo se você gosta de rádios web, não gaste seus $3 por mês com o eles, existem pelo menos uma dúzia de concorrentes que não tocam só 30 segundos de música e não te cobram nada mais por isso, então escolha sua rádio e favorito nela.
http://ilike.com/ (Usei algumas vezes, achei legal.)
http://mixpod.com (Tem um esquema de fazer /ouvir playlits que e legal, da pra pegar a url da playlist, botar um player de controle de "nintendinho" e mandar pra galera.)
http://blip.fm/ (Talvez um dos melhores pelos vários api's que já estão rolando, tem o esquema da playlist e é meio "micro blog" também.)
http://wearehunted.com/ (gostei tb!)
http://www.deezer.com http://www.jango.com/ (bons comentários...)
http://musicovery.com/ http://cotonete.clix.pt/ http://soundpedia.com/ http://www.dizzler.com/ http://aupeo..com/
http://accuradio.com
E agora, depois de 12 super dicas que me custaram um tempo fudido na internet (porra nenhuma, a lista tava pronta em um site, só acrescentei umas 2 rádios) quero mesmo é ver todos vocês no Uzina nesta quinta (01/10), que aqueles caras bacanas do Possuídos vão discotecar só uns hardcores oldschool, post-hardcore, uns punks velhos e por ai vai.
Afinal, alguém tem que mostrar pra mulecada que não ouviu Bad Brains, Fugazi, Bad Religion que chega de chorar, não vale a pena gastar suas preciosas lágrimas em roquizinhos emo ou seus cotovelos com música sertaneja.
Então é isso aí, vejo vocês lá.
www.uzinarestaurante.com.br/ Ah, o Uzina abre às 19h!
Abraços
Marc
Marquinhos é um cara daqueles que se pode dizer, com todas as letras: gente finíssima.
Colega de prisão remunerada (vulgo emprego), me mandou este email, alegrou meu dia e o assunto foi rapidamente elevado ao status de utilidade pública.
Sendo assim, resolvi compartilhar com vocês.
Forget your troubles, and dance...
Muita música pra todos nós!
Naroca.
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Meninas e meninos,
Essa lista de rádios já rolou por ai algumas vezes e acho que pode ser aproveitada, afinal estamos todos órfãos da radio do LastFm, e mesmo se você gosta de rádios web, não gaste seus $3 por mês com o eles, existem pelo menos uma dúzia de concorrentes que não tocam só 30 segundos de música e não te cobram nada mais por isso, então escolha sua rádio e favorito nela.
http://ilike.com/ (Usei algumas vezes, achei legal.)
http://mixpod.com (Tem um esquema de fazer /ouvir playlits que e legal, da pra pegar a url da playlist, botar um player de controle de "nintendinho" e mandar pra galera.)
http://blip.fm/ (Talvez um dos melhores pelos vários api's que já estão rolando, tem o esquema da playlist e é meio "micro blog" também.)
http://wearehunted.com/ (gostei tb!)
http://www.deezer.com http://www.jango.com/ (bons comentários...)
http://musicovery.com/ http://cotonete.clix.pt/ http://soundpedia.com/ http://www.dizzler.com/ http://aupeo..com/
http://accuradio.com
E agora, depois de 12 super dicas que me custaram um tempo fudido na internet (porra nenhuma, a lista tava pronta em um site, só acrescentei umas 2 rádios) quero mesmo é ver todos vocês no Uzina nesta quinta (01/10), que aqueles caras bacanas do Possuídos vão discotecar só uns hardcores oldschool, post-hardcore, uns punks velhos e por ai vai.
Afinal, alguém tem que mostrar pra mulecada que não ouviu Bad Brains, Fugazi, Bad Religion que chega de chorar, não vale a pena gastar suas preciosas lágrimas em roquizinhos emo ou seus cotovelos com música sertaneja.
Então é isso aí, vejo vocês lá.
www.uzinarestaurante.com.br/ Ah, o Uzina abre às 19h!
Abraços
Marc
CINECLUBE CASINHA
Uma estranha força atrai tambores de todos os formatos cores e tamanhos pra dentro desse barracão da rua juiz de fora 114. E mesmo que o reboco das paredes não suporte a pegada das bateras, djembes, tambores de crioula, alfaias, pandeiros (...) o som não pára. E se todo dia é dia, porque não domingo?
Atendendo a pedidos, neste domingo, às 18h o Cineclube Casinha exibe Djembefola, um filme referência para todos os interessados em percussão africana.
Sinopse:
This award-winning film by Laurent Chevallier documents percussionist Mamady Keita's 1991 return to his home village of Balandugu, in Northern Guinea, West Africa, after years of living in Brussels, Belgium. Keita is the world's foremost player of the djembe, a distinctive African drum. Highlights of this joyful program include a review of Keita's life and career, as well as music from Keita and his band, Sewa Kan, which has five percussionist singers and a woman dancer/singer.
Atendendo a pedidos, neste domingo, às 18h o Cineclube Casinha exibe Djembefola, um filme referência para todos os interessados em percussão africana.
Sinopse:
This award-winning film by Laurent Chevallier documents percussionist Mamady Keita's 1991 return to his home village of Balandugu, in Northern Guinea, West Africa, after years of living in Brussels, Belgium. Keita is the world's foremost player of the djembe, a distinctive African drum. Highlights of this joyful program include a review of Keita's life and career, as well as music from Keita and his band, Sewa Kan, which has five percussionist singers and a woman dancer/singer.
Título: Djembefola
Tempo: 65 minutes
País: France
Tempo: 65 minutes
País: France
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