quarta-feira, 2 de junho de 2010

Pingo de Prosa

Borboletas

Essa noite eu descobri
Descobri a origem daqueles Rastas
Me atinei em sua coragem
Percebi o enfrentamento com o medonho
Desbravei a essência daquela vibração
O caranguejo me falou pra não ter medo
Porque ele dava origem ao mal
Os Kayaman de controle sabiam disso
E lidavam com o medo como crianças brincando no quintal
O canhamo só os enalteciam
Continuavam... diante da depressão
Sabiam que suas glórias eram póstumas
E que essa fantasia por mais palpável que fosse era ilusória, perigosa.
Falavam de Deus, babilônia e fogo
De crianças, dor e amor
dinheiro, natureza e todos
Profetizavam a ressureição do revolucionário
Resgatavam almas moribundas
Veneravam mulheres macunas
Idolatravam homens ancestrais malungos
Previam o reerguimento dos guerreiros martirizados
Das mulheres de Atenas açoitadas
Do cara de Dread contido
De Jah novamente iluminado
Em breve se tornarão panapaná
Todos juntos e vibrantes
De todas as cores e sentimentos
De vôos razantes
Numa odisséia alucinante
Mas sempre com o objetivo de subir bem alto!
Até o Monte Sião
ToN
Wellington Monção Amâncio

Um comentário:

  1. "Não raro nem comum é o vento do nordeste sacudir uma onda interminável de borboletas alaranjadas, com laivos de açafrão nas asas impacientes ..... Diz-se apenas 'enxame de borboletas' mas é o panapaná, a migração em massa, miraculoso caudal"
    (Luís Câmara Cascudo, Canto de Muro, p. 197)

    ResponderExcluir