terça-feira, 5 de outubro de 2010

Pingo de Prosa

Lembrando de esquecer


Afagando o esquecimento no sossego do repouso da cabeça, os olhos finalmente se entregam, descansam.

O espírito desperta leve pluma em um mundo de sonhos, na curva do tempo sem bordas, sem horas.

Recortes soltos de imagens vivas, explosão de cor e som traçam no inconsciente o que em consciência a intuição mal advinha.

Dançando solto, flutuando no acaso, acompanho seus passos.

No ondular incerto de caminhar de sua figura anônima esqueço de mim.

Um novo dia, nova volta que o mundo dará, o sol manso, ainda morno debruça em minha janela afogando meus olhos em luz.

Lembro de esquecer que nunca fiz senão sonhar.


Pedroratton

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